Internet alcança quase todos os lares do Brasil

O acesso à internet chegou a 74,9 milhões de domicílios brasileiros em 2024, representando 93,6% do total de residências do país. O dado marca um avanço significativo rumo à universalização do acesso à rede, consolidando uma tendência de crescimento contínuo registrada nos últimos anos.

Apenas em 2023, o número de lares conectados era de 72,5 milhões, o que correspondia a 92,5% do total. Em uma década, a proporção de residências com internet saltou de 69% para quase a totalidade, evidenciando a penetração cada vez mais profunda das tecnologias digitais no cotidiano da população.

Expansão rural e avanço da banda larga

O crescimento mais expressivo foi registrado nas áreas rurais, que historicamente apresentavam níveis mais baixos de acesso. Atualmente, 81% dos lares do campo estão conectados, redução considerável em relação à exclusão digital enfrentada por essas regiões até poucos anos atrás.

Boa parte desse avanço se deve à expansão da internet móvel e da cobertura de fibra óptica, que permitem o acesso mesmo em locais remotos. Hoje, a maioria dos lares conta com banda larga fixa, e a internet móvel é quase tão presente quanto as conexões por cabo ou fibra.

Desigualdades regionais e sociais ainda existem

Apesar do avanço generalizado, ainda há disparidades importantes entre as regiões do país. Estados do Norte e do Nordeste, por exemplo, continuam registrando índices de conectividade inferiores à média nacional. Questões socioeconômicas, falta de infraestrutura e barreiras culturais são alguns dos fatores que dificultam o acesso em determinadas localidades.

Ao todo, cerca de 5,9 milhões de residências brasileiras ainda não possuem acesso à internet. Entre os principais motivos, destacam-se a falta de habilidades digitais, o alto custo do serviço e a ausência de percepção de necessidade por parte dos moradores.

Uso e hábitos da população conectada

A maioria dos brasileiros utiliza a internet tanto por meio de redes fixas quanto móveis, sendo comum a combinação dos dois serviços. Além disso, cresce o uso da televisão conectada à internet para consumo de conteúdo, especialmente entre famílias de baixa renda que têm acesso facilitado a smart TVs por programas de incentivo ou promoções de operadoras.

A velocidade média das conexões também melhorou nos últimos anos, colocando o Brasil entre os países com melhores índices de desempenho em banda larga na América Latina.

Riscos da informalidade e segurança digital

Em áreas com baixa presença de operadoras oficiais, redes informais ainda fornecem acesso à internet, muitas vezes sem garantia de segurança ou estabilidade. A atuação de provedores clandestinos é um desafio adicional, especialmente em comunidades urbanas periféricas.

Essas redes, além de não atenderem às normas técnicas, podem representar riscos para a proteção de dados e a qualidade dos serviços oferecidos.

Caminhos para a inclusão digital plena

O Brasil está cada vez mais conectado, mas a universalização da internet ainda depende de ações concretas. Investimentos em infraestrutura, programas de alfabetização digital, subsídios à população de baixa renda e regulação de provedores informais são medidas fundamentais para garantir que todos os brasileiros tenham acesso de qualidade à internet.

A conectividade deixou de ser um luxo e se tornou um direito básico. Garantir o acesso pleno e seguro à internet é um passo essencial para a cidadania, a educação, o trabalho e o desenvolvimento social e econômico do país.

Apesar dos avanços expressivos na conectividade nacional, o Brasil ainda enfrenta desafios importantes para alcançar a universalização da internet. Cerca de 5,1 milhões de domicílios permanecem desconectados, concentrando-se majoritariamente em regiões rurais, periferias urbanas e entre as camadas mais pobres da população. Os principais obstáculos são o alto custo do serviço, a falta de infraestrutura adequada, especialmente em áreas remotas, e a ausência de habilidades digitais básicas por parte dos moradores. Além disso, muitos lares ainda não percebem a internet como uma necessidade, o que evidencia a importância de políticas públicas que combinem investimento em redes, educação digital e subsídios para garantir o acesso pleno, equitativo e de qualidade para todos.