A inflação oficial do país desacelerou para 0,09% em outubro, segundo o índice que mede o custo de vida das famílias. É o menor resultado para o mês desde 1998. Em setembro, a alta havia sido de 0,48%. O movimento de queda foi puxado principalmente pela redução no preço da energia elétrica residencial, após mudança na bandeira tarifária.
O grupo de alimentação e bebidas também contribuiu para segurar o índice, com variação próxima de zero. Alguns alimentos chegaram a apresentar recuo, como arroz e leite longa vida. Já serviços e bens ligados ao consumo no dia a dia seguiram com reajustes moderados, sem pressões significativas no período.
Mesmo com a desaceleração do mês, o acumulado em 12 meses está em torno de 4,7%, ainda acima do limite superior da meta de inflação para o período. Esse é um dos fatores que mantêm a política monetária restritiva, com juros elevados e crédito mais caro para famílias e empresas.
A queda de outubro indica alívio temporário no orçamento, sobretudo nas contas de luz. Porém, especialistas destacam que o controle da inflação depende de fatores como política de preços da energia, comportamento do dólar, safra agrícola e demanda interna. Além disso, possíveis reajustes estruturais, como combustíveis e serviços administrados, seguem no radar.
Para os próximos meses, a expectativa é de variações moderadas, mas o cenário ainda exige cautela. A inflação recuou, mas o desafio continua sendo manter os preços sob controle de forma consistente, sem depender apenas de reduções pontuais.
