Um incêndio em um reator da Subestação de Bateias, no Paraná, provocou uma interrupção de cerca de 10 gigawatts de carga no Sistema Interligado Nacional na madrugada desta terça-feira (14). O problema afetou todas as regiões do país e deixou 25 estados e o Distrito Federal temporariamente sem energia. O desligamento automático ocorreu por volta de 0h30, e o fornecimento foi restabelecido entre 40 minutos e duas horas e meia depois, dependendo da área afetada.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a falha atingiu os subsistemas Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. O incêndio levou ao desligamento total da subestação de 500 kV e à abertura das interligações entre regiões, provocando uma reação em cadeia que exigiu cortes automáticos para proteger o sistema.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, explicou que o episódio não foi causado por falta de geração de energia, mas por uma falha técnica na infraestrutura de transmissão. Segundo ele, a situação não representa risco energético e o rápido restabelecimento comprova a capacidade de resposta do sistema. “Não é falta de energia. É um problema técnico na transmissão”, afirmou.
Silveira destacou que, no momento da ocorrência, o país registrava uma demanda de 72 gigawatts. A perda de 10 gigawatts obrigou o sistema a realizar desligamentos controlados para evitar danos maiores. Ele afirmou ainda que o governo contratou cerca de R$ 70 bilhões em novas linhas de transmissão para fortalecer a rede elétrica nacional.
O Ministério de Minas e Energia determinou a abertura de um Relatório de Apuração de Perturbação, com participação da Aneel e do ONS, para identificar as causas do incêndio e adotar medidas preventivas. O objetivo é evitar que incidentes semelhantes voltem a ocorrer e garantir a segurança da infraestrutura elétrica do país.
Sem horário de verão
Apesar do aumento do consumo de energia neste período do ano, o governo federal já havia confirmado que não haverá horário de verão em 2025. A decisão se baseia em estudos técnicos que indicam que a mudança no padrão de horários já não gera economia significativa, devido ao uso intensivo de aparelhos de ar-condicionado e à modernização do sistema elétrico. O Ministério de Minas e Energia reforçou que o país possui capacidade suficiente para atender à demanda sem necessidade de ajustes sazonais.
