A declaração de Donald Trump — “se o Hamas não parar de matar em Gaza, não teremos escolha senão entrar e matá-los” — ilustra o choque entre discurso e realidade e revela a hipocrisia de americanos e israelenses no genocídio de palestinos pelo exército de Israel durante os últimos dois anos. Matam indiscriminadamente, restringem a entrada de ajuda humanitária e dizem que estão preocupados com o assassinato de palestinos cometidos pelo Hamas. São todos hipócritas no mesmo saco.
A postura de grandes potências que juram proteger civis em Gaza não resiste ao confronto com os fatos. Enquanto líderes repetem apelos humanitários, mulheres e crianças continuam a somar a maioria das vítimas. Quando declarações beligerantes — como a de Donald Trump — são proferidas sem explicar meios ou limites, o que vemos é espetáculo, não proteção.
Se governos querem credibilidade moral, que mostrem ações claras: garantir acesso imediato à ajuda, proteger hospitais e escolas, investigar e punir abusos. Sem isso, o discurso humanitário é ilusão.
O que mostram os números
Relatórios de agências internacionais e de organizações humanitárias registram que a maioria das vítimas em Gaza são civis. Dentro desse grupo, mulheres e crianças representam uma fatia desproporcional. São hospitais danificados, sistemas de saúde em colapso e famílias sem abrigo. Esses dados vêm de levantamentos de campo e de agências de ajuda — não de opiniões.
A retórica e as ações
Dizer que se “protege civis” não basta. Políticas concretas importam: vendas de armamentos, apoio político e bloqueios que atrasam ajuda humanitária têm efeitos reais. Muitas investigações internas ficam sem punições. Resultado: promessas que soam bem em discurso, mas pouco mudam no terreno.
O custo humano
As consequências são visíveis: crianças desnutridas, surtos de doenças, falta de água e medicamentos. Escolas, abrigos e hospitais viram alvos ou ficam sem condições de operar. Apesar do cessar-fogo, a paz ainda não tem garantia de ser duradoura, exatamente pelas constantes ameaças de Trump e Netanyahu.
O papel das vozes morais
Igrejas, agências humanitárias e o Papa apoiam o cessar-fogo e pedem proteção a civis. Seus apelos mostram o contraste: enquanto a retórica oficial se auto elogia, instituições que lidam com vítimas exigem ações práticas.
Chamar isso de hipocrisia é apontar um descompasso claro entre o que se diz e o que se faz. Prometer proteger vidas e, ao mesmo tempo, apoiar ou permitir políticas que matam civis — especialmente mulheres e crianças — é usar o discurso como máscara. A pergunta essencial fica aberta: que medidas concretas foram adotadas para evitar mortes civis? Sem respostas, o “humanitarismo” vira palavra vazia e envergonha a humanidade.
