Governo apresenta plano de BRT e VLT para ampliar mobilidade na Grande Vitória até 2054

A Grande Vitória pode passar por uma reestruturação significativa no transporte público nas próximas décadas. Um estudo inédito desenvolvido pelo Governo Federal, em parceria com o BNDES, apresentou propostas para implantação de sistemas de BRT (ônibus de trânsito rápido) e VLT (veículo leve sobre trilhos) com o objetivo de ampliar a mobilidade urbana e melhorar a integração entre os municípios da região metropolitana. O planejamento projeta ações até 2054 e busca orientar investimentos futuros em infraestrutura de transporte.

O trabalho foi apresentado nesta terça-feira (data da divulgação) durante evento nacional sobre mobilidade. O estudo analisou fluxos de deslocamento, crescimento urbano, demanda de transporte e alternativas viáveis para reduzir o tempo de viagem, diminuir custos operacionais e ampliar a oferta de transporte coletivo de média e alta capacidade.

Expansão das linhas e integração entre municípios

A proposta inclui a criação de corredores exclusivos e priorização de modais sobre trilhos e ônibus articulados. A ideia central é reduzir a dependência do transporte individual e organizar o sistema de forma integrada entre Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana. Entre as soluções apontadas, estão:

  • BRT em corredores estratégicos ligando bairros densamente povoados a áreas de centralidade econômica;
  • VLT conectando eixos urbanos e atendendo regiões com potencial de adensamento e requalificação urbana;
  • Terminais e estações de conexão para facilitar a integração com o sistema Transcol e com futuras rotas metropolitanas.

O estudo também destaca a necessidade de reorganizar linhas existentes, criar faixas exclusivas e qualificar o acesso a terminais. Segundo os técnicos responsáveis, os projetos consideram as mudanças no padrão de crescimento da Grande Vitória, incluindo o aumento de deslocamentos para trabalho, educação e serviços.

Possibilidade de novos investimentos

A partir do diagnóstico, caberá aos governos estadual e federal definir prioridades, captar recursos e viabilizar parcerias. O BNDES pode atuar como financiador de parte das obras, desde que os projetos executivos sejam desenvolvidos e aprovados. O cronograma de implantação dependerá de recursos orçamentários e negociações entre os entes envolvidos.

A região já possui experiências anteriores com sistemas de transporte estruturado, como os corredores exclusivos do Transcol, mas ainda enfrenta gargalos como congestionamento em horários de pico, baixa velocidade média dos ônibus e dispersão urbana que dificulta o planejamento integrado.

Planejamento de longo prazo

A projeção até 2054 indica que soluções de mobilidade serão necessárias para acompanhar o crescimento populacional e econômico. O estudo aponta que, sem intervenções estruturais, o tempo de viagem tende a aumentar e a eficiência geral do sistema pode ser comprometida.

Ainda não há definição de datas, traçados finais ou valores envolvidos. As próximas etapas incluem detalhamento de viabilidade técnica e financeira, além de audiências públicas para discussão com a população.