
Entre bombardeios e bloqueios, a população de Gaza enfrenta fome, doenças e deslocamentos forçados, enquanto a ajuda internacional permanece insuficiente.
Em meio a uma ofensiva militar implacável e um bloqueio humanitário que já dura meses, a Faixa de Gaza vive uma das piores crises de sua história. Com mais de 53 mil mortos e uma população à beira da fome, a ajuda internacional que chega é mínima e ineficaz, deixando civis, especialmente crianças, em situação desesperadora.
Apesar de recentes permissões para entrada limitada de ajuda, a ONU alerta que o volume é insuficiente para atender às necessidades básicas dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza. Enquanto isso, histórias de famílias deslocadas e crianças desnutridas revelam o impacto humano devastador da crise.
Uma crise humanitária sem precedentes
Desde o início de março de 2025, Israel impôs um bloqueio quase total à Faixa de Gaza, impedindo a entrada de alimentos, medicamentos e combustível. Apenas recentemente, alguns caminhões foram autorizados a entrar, mas a ONU afirma que seriam necessários entre 500 e 600 caminhões diários para atender às necessidades básicas da população.
A escassez de recursos levou a um colapso dos serviços essenciais. Hospitais operam com menos de 40% dos suprimentos médicos necessários, e casos de desnutrição severa, especialmente entre crianças, aumentam diariamente. Segundo a OMS, 57 crianças já morreram de fome desde o início do bloqueio, e cerca de 930 mil estão em risco de fome.
Histórias de sobrevivência e desesperança
A crise humanitária em Gaza não é apenas uma questão de números; são vidas humanas em jogo. A família Hijazi, por exemplo, foi forçada a se deslocar seis vezes desde o início da guerra, buscando segurança em meio aos bombardeios constantes. Atualmente, vivem em um campo de deslocados em Al Mawasi, junto a mais de 500 mil pessoas, sem acesso adequado a alimentos, água ou abrigo. El País
Em Gaza City, Ihab al-Attar e Mohammed Abu Nadi compartilham histórias de perda e sofrimento. Ambos perderam familiares e enfrentam a escassez de alimentos e medicamentos, enquanto cuidam de filhos doentes sem acesso a tratamento médico adequado.
H3: A resposta internacional: insuficiente e tardia
Apesar das crescentes evidências da catástrofe humanitária, a resposta internacional tem sido lenta e limitada. A ONU e outras organizações humanitárias alertam que a ajuda que chega é insuficiente e, muitas vezes, não alcança os necessitados devido a restrições impostas por Israel.
Além disso, planos para transferir a responsabilidade da distribuição de ajuda para empresas privadas, como a proposta da Gaza Humanitarian Foundation, têm sido criticados por organizações humanitárias, que temem a politização e militarização da assistência.
Um apelo à ação
A situação em Gaza é uma mancha na consciência global. Enquanto civis inocentes sofrem e morrem, a comunidade internacional deve agir de forma decisiva para garantir a entrada de ajuda humanitária suficiente e pressionar por um cessar-fogo duradouro. A vida de milhões depende disso.