Hoje é dia de celebrar o pão. Sim, aquele que você mal consegue pronunciar “ciabatta” sem tropeçar na língua, ou que devora com manteiga ainda quente na padaria da esquina. O Dia Mundial do Pão, comemorado em 16 de outubro, nos lembra que, antes de ser lanche rápido ou café da manhã, o pão tem história, e história boa.
Tudo começou há mais de 6 mil anos, com os egípcios que descobriram a fermentação do trigo. Eles levavam o pão tão a sério que se tornaram conhecidos como “comedores de pão”. E não era qualquer pão: os mais finos eram reservados para os ricos. Os pobres? Ficavam com o pão que nem sempre era digno de Instagram, digamos assim.
O pão chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses. Imagine os índios provando pela primeira vez aquela massa branca e esquisita que vinha nas naus: a reação, segundo os registros, não foi exatamente um “hummm que delícia!”. E tudo bem, porque o trigo só começou a se estabelecer de verdade com Martim Afonso de Souza, que trouxe sementes para a Capitania de São Vicente. Desde então, nosso pão encontrou terreno fértil — e estômagos curiosos — para crescer.
Hoje, o pão francês domina a cena: miolo macio, casca dourada e levemente crocante. É praticamente patrimônio nacional. Mas não se engane: o pão francês brasileiro pouco se parece com o francês da França. Então, se um dia você visitar Paris e pedir um “pão francês”, não estranhe se trouxerem algo diferente do que você está acostumado.
E, embora seja o queridinho das padarias, ele tem companhia cada vez mais sofisticada: pães integrais, de cereais, ciabatta, pão australiano, pão sírio… A variedade cresce e o pão francês divide seu trono. Mas a boa notícia é que, seja crocante, macio ou com sementes, o pão continua conquistando mesas, corações e até dietas — porque ninguém resiste a um bom pão quentinho.
No fim das contas, o pão é isso: história, cultura, cheiro que atravessa o corredor da padaria e memória afetiva em fatias. Hoje, mais do que nunca, vale comemorar cada pedaço. E se der para compartilhar com alguém, melhor ainda. Porque pão, assim como boas histórias, é feito para dividir.
