A Faixa de Gaza sediou na última semana o “Campeonato Hope de Futebol para Amputados”. O torneio, com duração de quatro dias, ocorreu em um cenário marcado pela devastação e por um frágil cessar-fogo, servindo como um símbolo de resiliência para homens e mulheres que perderam membros devido aos conflitos.
Organizado pela Associação Palestina de Futebol para Amputados no estádio do Clube Ittihad Shabab Deir al-Balah, o evento busca integrar os milhares de feridos nas hostilidades recentes. Farah Youssef, atleta que perdeu a perna há quatro anos, afirmou à ONU News que o futebol é uma forma de resgatar sua identidade. “Minha mensagem é: continuem a jornada, não desistam. Apesar da lesão, vocês devem insistir em ser como todos os outros”, disse ela.
Oportunidades perdidas e novos começos
Segundo a reportagem da ONU, o capitão e treinador da seleção, Ali Abu Armanah, explicou que o campeonato local foi uma resposta à impossibilidade de competir internacionalmente. Devido ao fechamento das fronteiras e ao conflito contínuo, a equipe palestina não conseguiu viajar para Jacarta, na Indonésia, perdendo as eliminatórias para a Copa do Mundo de Futebol para Amputados de 2026, que ocorrerá na Costa Rica.
Crise humanitária e estatísticas
A ONU News destaca dados alarmantes fornecidos por organizações de saúde locais: nos últimos dois anos de conflito, foram registrados mais de 6.000 casos de amputação. Desses, estima-se que 25% sejam crianças e quase 13% mulheres. O jogador Abdullah Abu Mukhaimer reforçou o apelo por ajuda, citando a escassez de dispositivos de assistência para uma população de amputados que cresce diariamente em meio à guerra.
