Doenças cardiovasculares matam 7 vezes mais mulheres do que o câncer de mama

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As doenças cardiovasculares já são a principal causa de morte entre mulheres no Brasil, superando em sete vezes o risco de óbito por câncer de mama. Dados mostram que, enquanto uma em cada 30 mulheres diagnosticadas com câncer de mama morre, uma em cada três morre por problemas cardíacos ou acidente vascular cerebral (AVC).

Segundo a cardiologista Ieda Jatene, do Hcor, os fatores de risco para as mulheres podem ser divididos em três grupos: os já conhecidos, como colesterol alto e sedentarismo; os específicos, como diabetes e hipertensão durante a gravidez e a menopausa; e os pouco reconhecidos, como questões socioeconômicas e psicológicas. Além disso, mulheres com diabetes, por exemplo, têm 29% mais chance de sofrer infarto do que homens com a mesma condição.

Outro problema está no diagnóstico e no tratamento. Estudos apontam que as mulheres têm menos acesso a exames, reabilitação cardíaca e procedimentos como revascularização. Como consequência, enfrentam mortalidade mais elevada e recuperação mais lenta após um evento cardíaco. Entre 2019 e 2021, houve crescimento de 23% nos casos de infarto em mulheres de 20 a 29 anos e de 38% entre 30 e 39 anos.

A prevenção inclui mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico. O check-up cardiológico é recomendado a partir dos 40 anos para quem não tem histórico familiar de problemas cardíacos. A prática de 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 minutos de exercícios intensos também ajuda a reduzir riscos.

Além da prevenção individual, o Hcor destaca que políticas públicas de saúde devem ampliar o acesso das mulheres a diagnósticos precoces e tratamentos adequados, para reduzir mortes evitáveis por doenças cardiovasculares.