“Destruição sistemática da Cidade de Gaza: ONU alerta para crise humanitária sem precedentes”

A Cidade de Gaza enfrenta uma destruição sem paralelos, com ataques israelenses devastando bairros inteiros e forçando milhares a viver entre escombros. O escritório de direitos humanos da ONU denuncia uma ofensiva que configura uma limpeza étnica, com foco no bairro de Az Zaytoun. Desde 8 de agosto, pelo menos 87 palestinos, incluindo 25 crianças, foram mortos em ataques aéreos e bombardeios. Além disso, abrigos de deslocados internos, como escolas e tendas, também foram alvos, resultando em 14 mortes. A ONU classifica a situação como uma destruição sistemática da cidade, com centenas de famílias forçadas a fugir sem destino. A escassez de alimentos, água e suprimentos médicos agrava ainda mais o sofrimento da população.

Desde o início de agosto, a violência em Gaza se intensificou significativamente. O bairro de Az Zaytoun, no centro da cidade, tornou-se um dos principais focos de ataques israelenses, com bombardeios aéreos, artilharia pesada e confrontos terrestres. Esses ataques resultaram na morte de dezenas de civis e na destruição de infraestruturas essenciais, incluindo hospitais e escolas.

O escritório de direitos humanos da ONU (ACNUDH) expressou profunda preocupação com a situação, afirmando que a destruição sistemática da Cidade de Gaza já está em andamento. A organização destaca que esses números de vítimas são apenas uma parte do total real, devido à subnotificação em meio ao caos.

Além dos ataques a áreas residenciais, os abrigos de deslocados internos também foram alvo de bombardeios. No bairro de Zeitoun, uma escola da UNRWA que servia como abrigo foi atingida por um ataque aéreo israelense, resultando na morte de pelo menos 22 pessoas, incluindo 13 crianças e seis mulheres. Esse incidente ilustra a crescente vulnerabilidade dos civis que buscam refúgio em instalações da ONU.

A ONU também alertou para uma crise alimentar iminente. Com o bloqueio israelense, a entrada de alimentos e suprimentos médicos foi severamente limitada. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) recebeu uma contribuição vital do Japão de 500 milhões de ienes (aproximadamente US$ 3,3 milhões) para fornecer assistência alimentar e nutricional de emergência aos palestinos. No entanto, a escassez de gás de cozinha e a alta dos preços da lenha forçam muitos a recorrer a métodos improvisados e perigosos para cozinhar.

A situação humanitária em Gaza é descrita como uma das mais graves do mundo. Com a população civil presa em meio a intensos combates, a comunidade internacional é instada a agir para evitar uma catástrofe ainda maior.

A destruição da Cidade de Gaza não é apenas uma questão militar, mas uma crise humanitária de proporções imensas. A comunidade internacional deve intensificar seus esforços para fornecer assistência e pressionar por um cessar-fogo imediato, garantindo a proteção dos civis e o acesso humanitário irrestrito.