Como não conseguem ter vergonha disso?

Imagem: internet

Roberto Andrade

Se havia alguma dúvida de que a direita quer destruir a democracria no Brasil para colocar o país de quatro a serviço dos Estados Unidos, ela deixou de existir com a exibição da bandeira americana em plena Avenida Paulista no dia em que o Brasil celebrava a nossa independência.

O discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, revelou que ainda existe um desejo golpista latente entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Chamar um ministro do Supremo Tribunal Federal de ditador é atacar diretamente um dos pilares da democracia brasileira que se fundamenta no Executivo, Legislativo e Judiciário, independentes. Atacar um é tentar minar as fundações da democracia brasileira.

Não é mais possível esconder essa verdade: a direita brasileira não desistiu do golpe.

Eles não conseguiram concretizar sua primeira tentativa. Estão se reorganizando para uma nova tentativa. Mantém agentes nos Estados Unidos tramando com o governo Trump e a direita internacional para acabar com a nossa liberdade e a nossa soberania.

É uma guerra de bastidores suja e perversa. Penaliza trabalhadores e empresas através de tarifas ilógicas; destrói mentes fracas que, como zumbis, repetem sandices como verdades absolutas; corrompe a fé das pessoas que buscam conforto na religião; normaliza o uso da política como balcão de negócio escusos; associa-se ao crime organizado para conseguir recursos que patrocinem as ações de ataque ao sistema vigente.

Todas as ações vistas neste sete de setembro, mostram uma articulação bem azeitada para mostrar a Trump que existe uma parte do Brasil querendo algo mais forte contra o país.

Anistiar Bolsonaro é um dente na engrenagem maior de entrega do Brasil à direita internacional e, consquentemente, aos bilionários mundiais.

Desde a chegada de Trump ao poder nos Estados Unidos, o mundo assiste a uma disputa clara por bens que garantam a perpetuação de grupos específicos. Aprendemos a entender o que são “Terras Raras”, minerais especiais que definirão a hegemonia econômica. Estamos vendo a destruição sistemática de Gaza, com o deslocamento de milhões de pessoas, para que seja construído um resort de luxo para trilionários sobre o sangue palestino. Entendemos que um local como a Groenlândia, com seu povo, história e aspirações, pode ser ameaçado de anexação por uma superpotência se esta assim desejar. Descobrimos que se a Rússia ataca a Ucrânia para evitar que esta traga a OTAN para as fronteiras russas é uma vilã; mas se Israel extermina a população civil em Gaza está no seu direito de auto defesa. É este o jogo que esta sendo jogado no tabuleiro mundial: Poder e Dinheiro.

O Brasil deve tomar cuidado. Não é hora de ingênuamente achar que a fala do governador de São Paulo está no contexto da liberdade de expressão. Não está. É um ataque à democracia e como tal deve ser tratada. Ou a gente esqueceu que o oito de janeiro de 2023 foi a soma de falas e falas e atos pelo Brasil, acampamentos na porta de quartéis, enquanto se tramava o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro Alexandre de Moraes e o ataque a Brasília, inclusive com atentado a bomba?

As bandeiras dos EUA e de Israel tão adoradas pela direita vestida de verde e amarelo expõe a hipocrisia exatamente do mesmo modo do que alguém que sonha com um golpe e a ditadura, acusar de ditadores os que lutam em defesa do país, da democracia, da liberdade e soberania.

Sempre me assusto quando dizem que o Brasil está polarizado. Não há polarização. É a velha luta do bem contra o mal. Quem defende Bolsonaro, Trump, os EUA, as ações de Eduardo Bolsonaro, Tarciso, Malafaia e o bolsonarismo é uma pessoa essencialmente má que encontrou em outros iguais a ela a chance de mostrar a cara e se sente protegido pelo rebanho de imorais.