China lança auxílio anual de ¥ 3.600 por criança — cerca de R$ 2.600 — para enfrentar queda na natalidade

A China iniciou, neste segundo semestre de 2025, um programa nacional de subsídio infantil destinado a famílias com filhos de até três anos de idade. Cada criança dará direito a um pagamento anual de 3.600 yuan — o equivalente a aproximadamente R$ 2.600 por ano — com retroatividade a janeiro. Famílias com crianças nascidas entre 2022 e 2024 também poderão receber valores proporcionais.

A medida representa a primeira política pública de transferência direta de renda para cuidados infantis com abrangência universal em todo o país. O pagamento será feito sem distinção entre áreas urbanas ou rurais, nem entre filhos primogênitos ou subsequentes. O objetivo é reduzir desigualdades regionais e simplificar o acesso ao benefício.

A expectativa é de que mais de 20 milhões de famílias sejam beneficiadas em 2025. Antes da unificação nacional, algumas províncias já pagavam subsídios locais, mas de forma desigual. Agora, o plano busca garantir equidade, previsibilidade econômica e incentivo à natalidade.

O orçamento total previsto para este ano é de 90 bilhões de yuan, o que equivale a cerca de R$ 64,8 bilhões. A maior parte dos recursos virá do governo central, que repassará os valores para os governos locais. O pagamento será feito preferencialmente por meios digitais, mas também haverá opção presencial para famílias com acesso limitado à internet.

A iniciativa integra um pacote mais amplo para enfrentar a crise demográfica no país. A população chinesa está em declínio desde 2022, com queda na taxa de natalidade e envelhecimento acelerado da sociedade. A preocupação com o futuro do sistema previdenciário e a sustentabilidade da economia levou o governo a adotar medidas mais agressivas.

Apesar do valor de R$ 2.600 por filho por ano ser considerado modesto frente aos custos reais de criação de uma criança, o subsídio é visto como um passo simbólico e importante. No entanto, especialistas alertam que a eficácia da medida dependerá de ações complementares, como expansão da rede de creches públicas, licenças parentais remuneradas e proteção contra demissões de mulheres após a gravidez.

O novo programa também é visto como um estímulo ao consumo doméstico, especialmente em um momento de desaceleração econômica e de necessidade de revitalização do mercado interno chinês.