O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Censo Demográfico de 2022 sobre os nomes e sobrenomes mais comuns no país. O levantamento mostra a manutenção de padrões tradicionais na escolha de prenomes e na formação familiar. Apesar da diversidade cultural e regional brasileira, alguns nomes permanecem dominantes há décadas.
“Maria” e “José” seguem no topo
Entre os prenomes, “Maria” permanece como o mais comum no país, com 12,2 milhões de registros. O nome aparece em todas as regiões, geralmente associado a compostos como Maria Aparecida, Maria das Graças, Maria Clara e Maria Eduarda.
No caso dos homens, “José” lidera com 5,1 milhões de pessoas. Assim como “Maria”, é comum em nomes compostos, como José Carlos, José Antonio e José Roberto.
A pesquisa também confirma que, ao contrário do que ocorre com tendências de moda, nomes tradicionais mantêm forte presença entre gerações mais velhas. Em faixas de idade mais jovens, há maior variedade, mas os tradicionais permanecem entre os mais registrados historicamente.
Sobrenomes revelam origens e ocupações históricas
No ranking dos sobrenomes, “Silva” aparece como o mais frequente, com cerca de 34 milhões de brasileiros. Em seguida vêm “Santos”, “Oliveira”, “Souza” e “Rodrigues”.
A predominância desses sobrenomes está ligada à história da formação do povo brasileiro. Muitos derivam de famílias portuguesas e referências geográficas, além de terem sido amplamente atribuídos durante processos de batismo e regularização de documentos no período colonial.
Ferramenta permite consulta detalhada
O IBGE disponibilizou uma plataforma interativa que permite pesquisar um nome ou sobrenome específico, indicando quantas pessoas o utilizam, a distribuição territorial e a concentração por faixa etária.
Além disso, o instituto identificou mais de 140 mil nomes diferentes e mais de 200 mil sobrenomes em circulação no país, refletindo a pluralidade de origens, migrações internas e combinações familiares diversas.
O que os dados indicam
O levantamento reforça tendências já observadas em censos anteriores:
- Há continuidade no uso de nomes tradicionais ligados à religiosidade.
- Sobrenomes comuns refletem processos históricos de formação de identidade nacional.
- A diversidade aumenta, mas ainda concentrada em algumas grafias com grande distribuição territorial.
Especialistas em demografia apontam que a manutenção desses nomes indica vínculos familiares e culturais persistentes, mesmo em um país que tem renovado suas referências culturais e linguísticas ao longo do tempo.
