
No dia 21 de abril de 2025, Brasília completa 65 anos de fundação. A capital do Brasil, projetada para ser o centro político e administrativo do país, é hoje um marco da arquitetura moderna, símbolo de planejamento urbano e palco dos principais acontecimentos da história recente brasileira.
Criada sob os ideais desenvolvimentistas de Juscelino Kubitschek, Brasília foi inaugurada oficialmente em 1960, tornando-se a terceira capital do Brasil, depois de Salvador e Rio de Janeiro. Em seis décadas e meia, a cidade se transformou em um centro de poder, mas também em um polo cultural, arquitetônico e humano que reflete os contrastes e esperanças do país.
Um sonho modernista que virou realidade
Brasília nasceu da ousadia de um projeto ambicioso: interiorizar o poder e promover o desenvolvimento da região central do Brasil. Idealizada por JK, teve seu projeto urbanístico assinado por Lúcio Costa e as principais obras arquitetônicas concebidas por Oscar Niemeyer. Juntos, eles criaram uma cidade planejada, com setores bem definidos e formas curvas que desafiaram os padrões da época.
O traçado do Plano Piloto, que lembra o formato de um avião ou de uma borboleta, é um ícone do urbanismo mundial. As superquadras, os eixos Monumental e Rodoviário, e os edifícios cívicos — como o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional e a Catedral Metropolitana — consolidaram Brasília como referência internacional.
Em 1987, a cidade foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, graças ao seu conjunto arquitetônico único e à inovação do planejamento urbano.
Brasília hoje: população, desafios e identidade
Apesar de ter sido projetada para cerca de 500 mil habitantes, Brasília abriga atualmente mais de 3 milhões de pessoas, incluindo o Distrito Federal e as cidades-satélites. Esse crescimento acelerado trouxe desafios urbanísticos, sociais e ambientais, especialmente nas regiões periféricas que cresceram sem o mesmo cuidado planejado do Plano Piloto.
A capital também se tornou palco das decisões mais importantes do país, sediando os três poderes da República. Ao longo dos anos, testemunhou momentos cruciais da política brasileira — da ditadura militar à redemocratização, dos impeachments à recente polarização política.
Culturalmente, Brasília pulsa com arte, música, gastronomia e manifestações populares. É terra de grandes nomes da música brasileira, como Renato Russo e Cássia Eller, e de movimentos que mesclam tradição e vanguarda.
Celebrações dos 65 anos de Brasília
Em 2025, a comemoração dos 65 anos de Brasília terá uma programação especial que envolve shows, exposições, festivais gastronômicos e eventos cívicos. O Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou atividades ao longo de todo o mês de abril, com destaque para a Esplanada dos Ministérios, o Eixo Cultural Ibero-americano e o Estádio Nacional Mané Garrincha.
Entre os destaques estão:
- Shows gratuitos com artistas locais e nacionais;
- Exposições sobre a história da construção da cidade;
- Roteiros turísticos temáticos com foco na arquitetura e urbanismo;
- Feiras gastronômicas com sabores típicos do cerrado;
- Atividades esportivas e culturais nas regiões administrativas.
O futuro de Brasília: inovação, sustentabilidade e inclusão
Ao completar 65 anos, Brasília também olha para o futuro. A cidade vem investindo em mobilidade sustentável, energias limpas, digitalização dos serviços públicos e inclusão social. Projetos como o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), a revitalização do centro histórico e a preservação do Parque Nacional de Brasília apontam para um novo ciclo de desenvolvimento, mais equilibrado e conectado com as demandas contemporâneas.
Mais do que uma cidade-monumento, Brasília quer ser reconhecida como uma metrópole viva, diversa e inovadora — um espaço onde o sonho modernista dialoga com a realidade do século XXI.
Conclusão
Brasília chega aos 65 anos como um marco do Brasil moderno. Com sua arquitetura icônica, seu papel político central e seu povo diverso, a capital segue desafiando o tempo e reinventando sua identidade. É tempo de celebrar sua história, mas também de refletir sobre os caminhos que a cidade e o país ainda precisam percorrer.