
No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou US$ 1,31 bilhão em produtos e serviços do setor de defesa. O valor representa 73,6 % do recorde anual alcançado em 2024 — US$ 1,78 bilhão, o maior desde 2014.
A indústria de defesa brasileira atua em cerca de 140 países. Aeronaves e seus componentes respondem por aproximadamente 34 % das vendas externas do setor. Em nível econômico, o segmento responde por 3,58 % do PIB e está ligado à geração de cerca de 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos.
Segundo o secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues, a expansão das exportações decorre da competitividade do setor, da busca por autonomia tecnológica e de apoio governamental em financiamento, seguros e promoção comercial.
O Brasil também avança no desenvolvimento tecnológico. Hoje, o país domina 42 % das tecnologias críticas — radares, satélites e foguetes — e projeta atingir 55 % em 2026 e 75 % até 2033. A expectativa é que esse progresso reduza a dependência de importações e estimule ainda mais as exportações.
Panorama do setor
- Base Industrial de Defesa (BID): composta por 283 empresas e 2.064 produtos cadastrados no Ministério da Defesa, incluindo aeronaves, embarcações, sistemas de comunicação, armamento e soluções de cibersegurança.
- Principais exportadores: Embraer é líder, com destaque para aviões Super Tucano, ERJ militares e o cargueiro C‑390. Avibras fornece lançadores de foguetes e sistemas associados; IMBEL fabrica armamentos leves e pesados; Helibras monta helicópteros em parceria com a Airbus.
O que isso significa
Primeiro, fortalece a capacidade industrial de defesa do país, expandindo mercados e aumentando a atratividade internacional. Segundo, o salto tecnológico coloca o Brasil em posição de negociar com autonomia. E, por fim, a manutenção do ritmo atual pode garantir novo recorde anual até 2025.
Ainda que faltem dados sobre contratos futuros, a combinação entre avanço tecnológico e apoio institucional sugere continuidade do crescimento das exportações.
Caminhos a seguir
O governo investe em estímulos:
- Financiamentos e seguros via BNDES e outros, para exportadores ampliem presença no exterior.
- Cooperação entre setor público, universidades e empresas (tríplice hélice), visando inovação.
- Incentivos à nacionalização de componentes, reduzindo a dependência de insumos externos.