
José “Pepe” Mujica, o carismático ex-presidente do Uruguai que cativou o mundo com seu estilo de vida simples e suas políticas progressistas, faleceu nesta [inserir dia da semana, se souber, ou “data recente”] aos 89 anos. A notícia, confirmada por fontes próximas à família e repercutida amplamente pela imprensa local e internacional, marca o fim de uma era para a política latino-americana. Mujica, que lutava contra um câncer de esôfago, deixa um legado de transformações sociais e um exemplo de liderança despojada.
Conhecido como “o presidente mais pobre do mundo”, Mujica governou o Uruguai de 2010 a 2015, período em que implementou leis pioneiras como a legalização da maconha, do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sua trajetória, marcada pela militância no grupo guerrilheiro Tupamaro nos anos 60 e 70, seguida por mais de uma década de prisão durante a ditadura militar, moldou sua visão política e seu compromisso com as causas populares.
A partida de Pepe Mujica reverbera não apenas no Uruguai, mas em todo o espectro político global, onde sua figura singular se tornou sinônimo de autenticidade e desapego ao poder. Antes de alcançar a presidência, Mujica teve uma vida de intensas provações. Sua participação no Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros o levou à clandestinidade e, posteriormente, à prisão por quase 14 anos, grande parte em condições desumanas. Essas experiências, segundo ele mesmo afirmava, foram cruciais para forjar seu caráter e sua filosofia de vida.
Já como presidente, Mujica surpreendeu ao renunciar aos luxos do cargo, optando por viver em sua modesta chácara nos arredores de Montevidéu e doar cerca de 90% de seu salário para programas sociais. Seu Fusca azul, ano 1987, tornou-se um emblema de sua gestão e de sua crítica ao consumismo desenfreado. Além disso, sua administração foi responsável por avanços significativos na agenda de direitos humanos e na redução da pobreza no país.
Contudo, seu governo também enfrentou desafios, especialmente na área econômica e na segurança pública. Apesar disso, sua popularidade e influência se mantiveram elevadas, tanto dentro quanto fora do Uruguai. Suas reflexões sobre o capitalismo, o meio ambiente e o sentido da vida ganharam destaque em fóruns internacionais e inspiraram uma geração que buscava alternativas aos modelos políticos tradicionais.
Após deixar a presidência, Mujica continuou ativo na política como senador, cargo ao qual renunciou em 2018 para, segundo suas palavras, dedicar-se à “militância de base”. Posteriormente, voltou ao Senado em 2020, mas afastou-se definitivamente em meio à pandemia de COVID-19, citando sua idade e condição de saúde. Sua voz, entretanto, nunca se calou, permanecendo uma referência de sabedoria e coerência.
A morte de Pepe Mujica representa uma perda significativa para a política progressista e para todos que admiravam sua integridade e seu compromisso com um mundo mais justo. Dessa forma, o Uruguai e a América Latina se despedem de um líder que, com sua simplicidade e profundidade, ensinou que outra forma de fazer política e de viver é possível. As homenagens e manifestações de pesar multiplicam-se, refletindo o impacto duradouro de sua trajetória.