Verão e saúde íntima: como evitar infecções ginecológicas e desconfortos na estação mais quente do ano

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O verão traz dias mais longos, praia, piscina e roupas leves, mas também impõe desafios extras à saúde íntima da mulher. O calor intenso, a umidade elevada e o uso prolongado de biquínis e maiôs molhados criam um ambiente propício para a proliferação de fungos e bactérias, aumentando a incidência de infecções ginecológicas e irritações na região íntima.

Não por acaso, queixas como coceira, ardor e corrimento tendem a se tornar mais frequentes nesta época do ano e figuram entre os principais motivos de consultas ginecológicas no Brasil. A combinação de abafamento, suor excessivo e possíveis alterações no pH vaginal exige atenção redobrada e cuidados simples, porém constantes, no dia a dia.

Entre as infecções mais comuns está a candidíase, caracterizada por coceira intensa, corrimento esbranquiçado e sensação de ardor. Embora seja um problema recorrente, especialistas reforçam que a prevenção está diretamente ligada a hábitos cotidianos, especialmente durante o verão.

O primeiro cuidado começa pela escolha das roupas. Tecidos leves e naturais, como o algodão, favorecem a ventilação da região íntima e ajudam a reduzir a umidade. Peças muito justas, rendadas ou sintéticas tendem a abafar a área e criam um ambiente ideal para o crescimento de microrganismos. Sempre que possível, dormir sem calcinha também contribui para a ventilação noturna.

Outro ponto essencial é evitar permanecer por longos períodos com roupas de banho molhadas. Após sair do mar ou da piscina, o ideal é trocar o biquíni ou maiô o quanto antes. A umidade constante em contato com a pele está entre os principais fatores associados ao surgimento de infecções vaginais no verão.

A higiene íntima também merece atenção, mas sem excessos. A limpeza deve ser feita apenas na parte externa da genitália, utilizando sabonetes neutros. Duchas vaginais e o uso exagerado de sabonetes íntimos podem alterar a flora vaginal, eliminar bactérias protetoras e aumentar o risco de infecções.

Os cuidados se estendem às roupas íntimas. Lavar as calcinhas com sabão neutro ou de coco, evitar produtos muito perfumados e não secá-las em ambientes úmidos, como o banheiro, ajudam a prevenir fungos e alergias. Passar o forro da calcinha antes do uso é uma medida simples que também contribui para a higiene.

A alimentação e a imunidade desempenham um papel importante nesse equilíbrio. Durante o verão, é comum o aumento do consumo de bebidas alcoólicas, doces e alimentos gordurosos, que podem favorecer desequilíbrios no organismo. Manter uma alimentação rica em frutas, beber bastante água e garantir boas noites de sono fortalece o sistema imunológico e ajuda o corpo a se proteger.

Durante o período menstrual, o calor pode tornar o uso de absorventes externos ainda mais desconfortável. Por isso, alternativas como coletores menstruais ganham destaque, permitindo mais conforto, liberdade de movimento e até a possibilidade de entrar no mar ou na piscina sem comprometer o lazer.

Apesar de todos os cuidados, é fundamental ficar atenta aos sinais do corpo. Coceira persistente, ardor, dor, mau odor ou corrimento com alteração de cor e textura não devem ser ignorados. Nesses casos, a orientação médica é indispensável. A automedicação ou o uso de soluções caseiras pode mascarar sintomas e agravar o problema.

O verão pode — e deve — ser sinônimo de bem-estar. Com informação, atenção ao próprio corpo e adoção de hábitos simples, é possível aproveitar a estação mais quente do ano com mais conforto, segurança e saúde íntima.