A atividade econômica brasileira registrou uma queda de 0,2% em setembro, de acordo com dados do IBC-Br, índice considerado uma prévia do Produto Interno Bruto. No trimestre de julho a setembro, o recuo é ainda mais pronunciado: 0,9%. Apesar da queda mensal, a comparação com setembro de 2024 revela alta de 4,9%, e no acumulado dos 12 meses até setembro, o índice cresce 13,5%.
O desempenho frágil vem em meio a um cenário de juros elevados — a taxa Selic está em 15% ao ano —, o que pode frear o consumo e o investimento. Paralelamente, o setor de comércio teve queda de 0,3% em setembro, registrando a quinta redução em seis meses, enquanto a produção industrial recuou 0,4%. No acumulado de 12 meses, a indústria registra crescimento de apenas 1,5%.
Em relatório recente, economistas projetam que a Selic só deverá começar a cair em 2026, apesar da desaceleração econômica. Há expectativa de que a taxa chegue a cerca de 12,4% até o final do próximo ano. Para alguns analistas, a manutenção da Selic no patamar atual está vinculada à estratégia do Banco Central de conter a inflação, mesmo com sinais mais fracos da atividade econômica.
O momento, portanto, reflete um dilema para o BC: por um lado, manter os juros altos para combater a inflação; por outro, lidar com o desaquecimento da economia. A tendência sugerida pelos dados recentes é de um crescimento mais lento nos próximos meses, com impacto potencial sobre emprego, consumo e investimentos.
