Dia Mundial do Diabetes 2025: bem-estar no trabalho entra no centro do debate

14 de novembro: um alerta que dialoga com a vida real.

O Dia Mundial do Diabetes, celebrado anualmente em 14 de novembro, volta a destacar em 2025 a importância do diagnóstico precoce, da prevenção e do cuidado contínuo. Este ano, porém, a campanha amplia o olhar: o tema “Diabetes e Bem-Estar no Ambiente de Trabalho” chama atenção para o fato de que a maioria das pessoas com diabetes está em idade produtiva — e convive com desafios que começam muito antes da insulina.

Rotinas longas, estresse, alimentação desregulada, poucas pausas, dificuldade para monitorar a glicemia e receio de sofrer discriminação são alguns dos fatores que interferem no manejo da doença no cotidiano laboral. Por isso, especialistas defendem que o trabalho também seja um espaço de cuidado, educação e adaptação.

O cenário brasileiro

O Brasil continua entre os países com maior número de adultos vivendo com diabetes. A prevalência cresce lentamente ano após ano, impulsionada por mudanças no estilo de vida, maior consumo de alimentos ultraprocessados e sedentarismo. Ao mesmo tempo, as Unidades Básicas de Saúde têm registrado aumento na procura por exames, monitoramento e insulinas fornecidas pelo SUS.

O dado mais relevante, contudo, é outro: quanto mais cedo o diagnóstico e o início do tratamento, menores são os riscos de complicações como doenças renais, infartos, AVCs e amputações. O acesso a medicamentos, insumos e acompanhamento multiprofissional melhora o controle glicêmico e reduz internações evitáveis.

Prevenção e cuidado contínuo

A prevenção do diabetes tipo 2 permanece ancorada em três pilares:

  • Alimentação equilibrada, com foco em alimentos frescos;
  • Atividade física regular;
  • Monitoramento dos fatores de risco, como sobrepeso, hipertensão e histórico familiar.

Já para quem convive com a doença, o cuidado inclui uso de medicamentos ou insulina, monitoramento da glicemia, exames periódicos e atenção aos sinais de complicações. Pequenos ajustes no dia a dia — como pausas programadas para medir a glicose, hidratação, organização das refeições e apoio da equipe de trabalho — fazem grande diferença.

Por que o tema do trabalho importa

O foco em bem-estar no ambiente profissional reforça que o controle do diabetes não depende apenas da pessoa diagnosticada. Empresas e instituições podem colaborar oferecendo informação, flexibilidade, locais adequados para o autocuidado e políticas que reduzam o estigma. Para muitos trabalhadores, esse apoio é decisivo.

Tipos de diabetes e suas características

Tipo de diabetesO que éPara quem é mais comumComo costuma ser tratado
Diabetes tipo 1Doença autoimune em que o pâncreas não produz insulina.Crianças, adolescentes e jovens adultos, mas pode ocorrer em qualquer idade.Uso diário de insulina, monitoramento intenso e ajustes alimentares.
Diabetes tipo 2Resistência à insulina e/ou produção insuficiente ao longo do tempo.Adultos, especialmente com sobrepeso, sedentarismo ou histórico familiar.Mudança de estilo de vida, medicamentos orais ou injetáveis e, em alguns casos, insulina.
Diabetes gestacionalAumento da glicose durante a gestação.Mulheres grávidas, especialmente com fatores de risco prévios.Acompanhamento pré-natal, dieta e, se necessário, insulina.
PrediabetesAlterações na glicose acima do normal, mas ainda abaixo do diagnóstico de diabetes.Adultos com sobrepeso, histórico familiar ou hábitos sedentários.Mudança de hábitos e acompanhamento regular para evitar progressão.
LADA (Diabetes Autoimune Latente do Adulto)Variante autoimune de progressão lenta, muitas vezes confundida com tipo 2.Adultos acima de 30 anos.Início com medicamentos orais; muitos evoluem para insulina.
MODY (Diabetes Monogênico do Jovem)Diabetes causado por mutação genética em um gene específico.Jovens e adultos jovens com histórico familiar forte.Tratamento varia por subtipo: pode ser controlado com dieta, sulfonilureias ou insulina.
Diabetes neonatalForma rara que aparece nos primeiros 6 meses de vida, geralmente por mutação genética.Lactentes (0–6 meses).Depende da causa genética: algumas variantes respondem a sulfonilureias; outras exigem insulina.
Diabetes mitocondrialRelacionado a mutações no DNA mitocondrial que afetam produção de energia e secreção de insulina.Pode aparecer em famílias com histórico de doenças mitocondriais; frequentemente em adultos jovens.Tratamento individualizado; pode incluir insulina ou outros antidiabéticos e acompanhamento multisistêmico.
Diabetes secundário (inclui tipo 3c)Surge por outras condições que danificam o pâncreas (pancreatite, cirurgia) ou por medicamentos.Pessoas com doenças pancreáticas ou em uso prolongado de certos fármacos (ex.: corticoides).Tratar a causa de base, ajuste dietético, medicamentos ou insulina conforme necessário.
Diabetes tipo 3cSubcategoria do secundário, associado a doença ou remoção do pâncreas.Pacientes com pancreatite crônica ou após cirurgia pancreática.Reposição enzimática, controle glicêmico com insulina e dieta específica.
Diabetes insipidus (não é diabetes mellitus)Distúrbio da regulação da água pelo rim, causado por deficiência de ADH ou resistência renal.Pode ocorrer em qualquer idade; causas incluem lesões, genética ou doenças renais.Reposição de ADH sintético (desmopressina) se for central; manejo hídrico e correção da causa se for nefrogênico.