Como funciona a elaboração e a correção da prova do Enem

Entender como o Enem é construído e corrigido é parte importante da preparação para o exame. Embora seja conhecido como porta de entrada para o ensino superior, o processo que define as questões e calcula a nota final envolve critérios técnicos e sigilosos que influenciam diretamente o desempenho dos participantes.

A prova é organizada pelo Inep, vinculado ao Ministério da Educação. A elaboração começa com a seleção de professores e especialistas, que criam e revisam as questões. Antes de irem para a prova oficial, esses itens são testados com grupos de estudantes que apresentam perfil semelhante ao do público do Enem, sem que saibam que estão participando dessa fase. Após aprovadas, as questões são armazenadas no Banco Nacional de Itens, de onde são selecionadas para compor a edição do exame.

As questões buscam abordar diferentes áreas do conhecimento e também temas em debate na sociedade. Por isso, revisar edições anteriores pode ajudar na preparação, já que permite ao estudante reconhecer formatos de enunciado, níveis de dificuldade e conteúdos recorrentes. No entanto, o Inep evita repetir abordagens já exploradas.

A correção das questões objetivas utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI), sistema que não considera apenas o número de acertos. O método avalia a coerência das respostas. Assim, dois participantes com a mesma quantidade de questões corretas podem receber notas finais diferentes. O uso da caneta preta no cartão-resposta também é obrigatório porque o leitor óptico só identifica marcações bem preenchidas e sem rasuras.

Já a redação é corrigida por pelo menos dois avaliadores, que atribuem notas para cinco competências. Se houver diferença maior que 100 pontos entre as avaliações, um terceiro corretor é acionado. A nota final é calculada a partir das notas mais próximas, garantindo maior equilíbrio no resultado.