O acidente vascular cerebral (AVC) é responsável pela morte de uma pessoa a cada seis minutos no Brasil, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em outubro de 2025. A condição, que pode ser isquêmica — causada por obstrução de vasos sanguíneos — ou hemorrágica — provocada por rompimento de artérias —, é a segunda principal causa de morte no país e a primeira de incapacidade em adultos.
Apesar dos avanços na rede de atendimento, como a expansão das unidades de AVC em hospitais públicos, especialistas destacam que o tempo entre os primeiros sintomas e o tratamento é decisivo. “Cada minuto conta. A janela terapêutica ideal para o uso de medicamentos trombolíticos é de até 4,5 horas”, explica o neurologista Dr. Ricardo Nitrini, da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à Agência Brasil. Os principais sinais incluem fraqueza súbita em um lado do corpo, alteração na fala e perda súbita da visão.
Fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, sedentarismo e obesidade contribuem para o alto índice de casos. Dados do DataSUS mostram que, em 2024, mais de 100 mil internações por AVC foram registradas no Sistema Único de Saúde (SUS), com custo estimado de R$ 500 milhões. Ainda assim, estudos do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) indicam que até 90% dos casos poderiam ser prevenidos com controle adequado dessas condições crônicas.
O governo federal reforça campanhas de conscientização, como o “Dez Minutos Salvam Vidas”, que ensina a população a reconhecer os sinais de alerta e buscar socorro imediato. Paralelamente, estados como São Paulo e Rio Grande do Sul têm ampliado o número de centros especializados em AVC, com equipes multidisciplinares e acesso rápido a exames de imagem.
Mesmo com esses esforços, desigualdades regionais persistem. Enquanto capitais contam com redes estruturadas de atendimento, municípios do interior ainda enfrentam dificuldades logísticas e falta de profissionais treinados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, globalmente, 15 milhões de pessoas sofrem AVC por ano — um terço morre e outro terço fica com sequelas permanentes.
