
A Arábia Saudita quer transformar Riade no centro do mundo. Para isso, está construindo o King Salman International Airport (KSIA), um mega-projeto que une seis pistas de pouso, terminais, bairros residenciais, áreas de lazer e comércio em um só espaço.
Com 57 km² de extensão, o equivalente a quase 8 mil campos de futebol, o aeroporto será também uma cidade-aeroporto: uma comunidade planejada ao redor da aviação.
Números que impressionam
Capacidade inicial: 120 milhões de passageiros/ano até 2030.
Expansão prevista: 185 milhões de passageiros até 2050.
Carga movimentada: até 3,5 milhões de toneladas anuais.
Áreas residenciais e de lazer: cerca de 12 km² integrados ao complexo.
Esse modelo de cidade conectada ao transporte aéreo é conhecido como aerotrópole — e Riade planeja ser a mais ambiciosa delas.
Tecnologia e sustentabilidade no deserto
O KSIA será projetado pelo escritório britânico Foster + Partners, que promete um design eficiente e sustentável. A meta é conquistar a certificação LEED Platinum, padrão internacional de construções verdes.
No entanto, especialistas alertam que megaestruturas em áreas áridas trazem desafios: aumento da temperatura local, impermeabilização do solo e consumo elevado de recursos hídricos.
Aerotrópoles pelo mundo
O conceito já é realidade em outros países:
Taiwan: o Taoyuan Aerotropolis criou um polo econômico em torno do aeroporto.
Austrália: em Sydney, o novo aeroporto Nancy-Bird Walton serve de base para uma cidade inovadora.
China: diversos aeroportos são planejados como núcleos de urbanização acelerada.
Mas esses exemplos também mostram os riscos: deslocamentos populacionais, impacto ambiental e dependência excessiva da aviação.
Um voo para o futuro
Se concluído no prazo, o KSIA poderá ser inaugurado em 2030, como parte da Visão 2030, estratégia saudita para diversificar a economia e reduzir a dependência do petróleo.
Mais que um aeroporto, Riade planeja erguer um símbolo de inovação, conectividade e poder global. A questão que fica é: essa cidade dos céus será sustentável para quem mora nela — ou apenas um cartão de visita futurista?