Semana decisiva para a democracia brasileira

Artistas de peso protestaram contra PEC da Blindagem e Anistia

O domingo foi de protestos contra o Congresso que afrontou a população discutindo a PEC da Blindagem e a anistia ao Bolsonarismo criminoso.

O Brasil atravessa uma semana decisiva em meio a protestos massivos, disputas legislativas e olhares atentos da comunidade internacional. Em Copacabana, milhares se reuniram em um ato marcado por discursos inflamados e pela presença de artistas de peso como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Ivan Lins, Daniela Mercury e Teresa Cristina entre outros. O tom dominante foi de resistência: a defesa da democracia e o repúdio às tentativas de blindagem política que se desenham em Brasília.

No Congresso, o embate promete ser acirrado. No Senado, a chamada PEC da Blindagem, que busca restringir o alcance das investigações contra parlamentares, deve entrar em pauta e dividir a Casa. Já na Câmara, a expectativa gira em torno da votação da controversa “Lei da Dosimetria”, que na prática funciona como uma anistia disfarçada, oferecendo tratamento mais brando a políticos investigados por crimes relacionados a atos golpistas.

Esses movimentos legislativos não passam despercebidos fora do país. Veículos internacionais descrevem o Brasil como um “laboratório político” onde se testa a resiliência das instituições. Enquanto manifestações nas ruas reforçam a vitalidade da sociedade civil, o avanço de projetos de blindagem no Congresso levanta dúvidas sobre os limites do presidencialismo de coalizão e a capacidade de contenção das instituições diante do ímpeto de autopreservação da classe política.

O contraste é gritante: nas areias de Copacabana, a diversidade de vozes — de artistas a cidadãos comuns — ecoa um apelo por justiça e transparência. Em Brasília, negociações de bastidores indicam que os próximos dias podem redefinir as balizas entre responsabilidade política e impunidade institucionalizada.

O Brasil está, mais uma vez, diante de um espelho incômodo: será capaz de sustentar sua democracia em meio à pressão das ruas e ao pragmatismo corrosivo da política?