Um levantamento realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) revela o retrato da vulnerabilidade social no Espírito Santo. O estudo Perfil da Pobreza no Espírito Santo 2024, elaborado a partir de dados do Cadastro Único (CadÚnico), mostra que 65,6% das pessoas cadastradas vivem em situação de pobreza. Entre elas, 41,1% estão em extrema pobreza. Quando se considera toda a população do Estado, os índices são menores: 26,0% em pobreza e 16,3% em extrema pobreza.
As maiores concentrações de pobreza foram registradas nas microrregiões Nordeste, Caparaó e Litoral Sul. Entre os municípios, Ibitirama aparece com 58,0% da população em situação de pobreza, seguido por Ponto Belo (50,5%) e Alto Rio Novo (47,3%).
O estudo também identificou 3.643 pessoas inscritas no CadÚnico vivendo em situação de rua no Espírito Santo em 2024. A maior parte está na Região Metropolitana, com destaque para Vitória, Serra e Vila Velha.
No campo das condições domiciliares, 7,7% das famílias não têm coleta de lixo adequada, 26,2% não contam com esgotamento sanitário e 15,7% não possuem abastecimento de água adequado. Esses números indicam que milhares de famílias enfrentam deficiências em serviços básicos de infraestrutura.
Na educação, a taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais cadastradas no CadÚnico chegou a 7,9%. A média de anos de estudo entre a população de 25 anos ou mais é de 6,7 anos, o que não permite concluir o Ensino Fundamental. Já entre crianças e adolescentes de 4 a 17 anos, 97,1% frequentam a escola.
Os dados apontam ainda que, apesar de uma redução observada nos últimos anos nas taxas gerais de pobreza no Estado, as famílias inscritas no CadÚnico permanecem em situação muito mais crítica em relação ao conjunto da população. Isso reforça a importância de políticas públicas direcionadas, especialmente em áreas como saneamento, educação e assistência social.
