Startup brasileira desenvolve tecnologia que identifica alterações suspeitas em exames de sangue em minutos, permitindo encaminhamento mais rápido para centros especializados.
O hemograma completo representa a principal porta de entrada para o diagnóstico de leucemia infantil. Durante o Setembro Dourado, especialistas reforçam a importância do reconhecimento precoce dos sintomas da doença.
Sinais como palidez, cansaço, febre sem causa aparente, manchas roxas, sangramentos incomuns e infecções repetidas devem motivar busca por avaliação médica. Além disso, dores ósseas, aumento abdominal e ínguas também configuram alertas importantes.
Leucemia lidera casos de câncer pediátrico
A leucemia representa o tipo mais frequente de câncer na faixa etária pediátrica. A leucemia linfoide aguda (LLA) se destaca neste cenário, apresentando taxas de cura superiores a 80% quando diagnosticada precocemente.
“O câncer pediátrico constitui tema prioritário da saúde pública. Ainda enfrentamos desigualdade de acesso e diagnóstico tardio, fatores que implicam piores desfechos”, explica o Dr. Abel Costa, onco-hematologista da startup HemoDoctor.
Processo diagnóstico segue protocolo específico
Após alterações identificadas no hemograma, os médicos solicitam exames complementares. O mielograma, que analisa a medula óssea, confirma o diagnóstico inicial.
Posteriormente, testes genéticos determinam o subtipo exato da leucemia. Essas informações orientam o tratamento e aumentam as possibilidades de cura. Em casos necessários, profissionais avaliam o sistema nervoso central.
Tratamento baseado em quimioterapia
O tratamento utiliza quimioterapia aplicada em três fases distintas. Primeiro, busca-se a regressão da doença. Em seguida, consolida-se o resultado obtido. Por fim, mantém-se o controle através de medicações específicas.
A intensidade do tratamento varia conforme a resposta individual da criança. Exames detectam traços mínimos da doença, permitindo ajustes no protocolo terapêutico.
Alguns subtipos, como aqueles com alteração genética Filadélfia, recebem medicações-alvo. Estas interferem diretamente nos sinais das células doentes.
Novas terapias ampliam opções de tratamento
Quando a leucemia retorna ou apresenta resistência, outras opções entram em consideração. A imunoterapia ajuda o sistema imune a reconhecer células leucêmicas.
Em casos selecionados, aplica-se a terapia celular CAR-T. Esta técnica “treina” linfócitos T para combater especificamente a doença. O transplante de medula óssea permanece como recurso importante em situações específicas.
Tecnologia nacional acelera diagnóstico
A HemoDoctor desenvolveu tecnologia inédita que aplica inteligência artificial na triagem de hemogramas. O sistema identifica, em minutos, padrões que merecem atenção prioritária do hematologista.
A ferramenta não substitui o médico nem estabelece diagnósticos definitivos. Contudo, permite aos serviços de saúde identificar casos urgentes em tempo real.
Consequentemente, pacientes com suspeita de leucemia aguda recebem encaminhamento mais rápido para centros de referência. Esta agilidade resulta em início mais célere do tratamento e melhores desfechos clínicos.
