STF condena Bolsonaro e aliados por golpe de Estado: como votou cada ministro da Primeira Turma

O julgamento histórico.

Nesta quinta-feira, 11 de setembro de 2025, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal concluiu a análise da Ação Penal 2668 e condenou Jair Bolsonaro e sete de seus aliados por cinco crimes ligados à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O resultado final foi de 4 votos a 1 pela condenação. A próxima fase será a dosimetria, quando serão fixadas as penas individuais.

Como votou cada ministro

Alexandre de Moraes (relator) — condenação

Apontou provas robustas de uma trama organizada em 13 atos executórios, liderada por Bolsonaro e apoiada por aliados civis e militares. Defendeu a condenação de todos os réus pelos cinco crimes: golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Flávio Dino — condenação

Acompanhou integralmente o relator, destacando que os réus atuaram em cadeia hierárquica e planejada. Sugeriu diferenciação de penas conforme a participação, mais pesadas para Bolsonaro e Braga Netto e mais brandas para os de envolvimento menor.

Luiz Fux — divergência parcial

Entendeu que não havia provas suficientes para condenar Bolsonaro e a maioria dos réus. Defendeu a absolvição em grande parte, argumentando que houve falhas de procedimento e que alguns atos eram apenas preparatórios. Condenou somente Mauro Cid e Walter Braga Netto por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Cármen Lúcia — condenação

Considerou as provas cabais para comprovar um plano sistemático contra a democracia. Ressaltou a gravidade dos atos e votou pela condenação de todos os réus em todos os crimes. Seu voto consolidou a maioria.

Cristiano Zanin — condenação

Reforçou que houve organização hierárquica e divisão de tarefas, com Bolsonaro no comando. Rejeitou argumentos de cerceamento de defesa e classificou como válidas as provas apresentadas. Concluiu pela condenação integral dos oito réus.

Por que os réus foram julgados separadamente

O processo foi dividido em núcleos para facilitar a análise. O chamado “núcleo 1” reúne os réus considerados centrais na trama golpista, incluindo Bolsonaro e ex-auxiliares próximos. A divisão permite julgar cada grupo conforme seu grau de participação e provas disponíveis. Além disso, por questões de segurança e logística, foi estabelecido um espaço específico para os réus, garantindo controle e proteção durante o julgamento.

STF condena Bolsonaro e aliados por golpe de Estado

Data da condenação: 11/09/2025
Réus do núcleo 1: Jair Bolsonaro e sete aliados

Resultado final: 4 votos a 1 pela condenação

Votos já computados:

  • Alexandre de Moraes (relator): condenação em todos os crimes; pena proposta para Bolsonaro: 27 anos e 3 meses
  • Flávio Dino: acompanhamento integral do relator, com penas diferenciadas para réus menos envolvidos
  • Cármen Lúcia: condenação integral
  • Cristiano Zanin: condenação integral
  • Luiz Fux: divergência parcial, absolvendo parte dos réus

Penas anunciadas até agora:

  • Bolsonaro: 27 anos e 3 meses (relator)