IPCA registra deflação de 0,11% em agosto e interrompe sequência de alta

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,11% em agosto, registrando a primeira deflação do ano. O resultado interrompeu a sequência de altas e marcou a queda mais intensa desde setembro de 2022. No acumulado de 2025, a inflação está em 3,15%. Já no período de 12 meses encerrados em agosto, a variação foi de 5,13%, abaixo dos 5,23% registrados nos 12 meses anteriores.

A retração foi puxada principalmente pelos grupos Habitação, Alimentação e bebidas e Transportes, que juntos tiveram impacto negativo de 0,30 ponto percentual sobre o índice.

Na Habitação, a energia elétrica residencial caiu 4,21% devido à devolução de créditos de Itaipu nas contas, o que compensou a cobrança extra da bandeira vermelha. O gás encanado subiu em Curitiba e recuou no Rio de Janeiro, enquanto serviços de água e esgoto ficaram mais caros em cidades como Salvador e Vitória.

No grupo Alimentação e bebidas, os preços de itens importantes da cesta do consumidor recuaram. O tomate caiu 13,39%, a batata-inglesa 8,59%, a cebola 8,69%, o arroz 2,61% e o café moído 2,17%. Esse movimento contribuiu para aliviar o orçamento das famílias, especialmente no consumo dentro do domicílio.

Nos Transportes, houve redução de 0,27%, influenciada pela queda nos preços da gasolina e do etanol em algumas regiões. Já o transporte por aplicativo apresentou alta, o que limitou a queda do grupo.

Por regiões, Vitória teve a maior variação positiva, de 0,23%, impulsionada por aumentos na energia elétrica e nos serviços de água e esgoto. Goiânia e Porto Alegre registraram as menores variações, ambas em -0,40%, por conta do recuo nos preços da energia elétrica residencial e dos combustíveis.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para reajustes salariais, também apresentou deflação, de 0,21% em agosto. No acumulado do ano, a variação foi de 3,08% e, em 12 meses, de 5,05%.

Apesar da queda geral, o índice de difusão, que mede a proporção de produtos e serviços com alta de preços, subiu de 50% em julho para 57% em agosto. Isso indica que, mesmo com deflação, parte significativa dos itens pesquisados manteve aumentos.