Ataque de Israel em Doha atinge líderes do Hamas e reforça acusações de terrorismo de Estado

Caças de Israel

Na manhã desta terça-feira (9), Israel lançou um ataque aéreo em Doha, capital do Qatar, contra líderes do Hamas que participavam de negociações de cessar-fogo mediadas pelos Estados Unidos e Egito. A ofensiva deixou pelo menos seis mortos, entre eles o filho do dirigente Khalil al-Hayya, além de um agente de segurança qatari. Os líderes do Hamas sobreviveram.

O governo israelense justificou a ação como resposta a um tiroteio em Jerusalém que matou seis pessoas. A operação, no entanto, aconteceu em território estrangeiro, durante um processo diplomático, o que provocou duras críticas. O Qatar classificou o ataque como “covarde” e uma violação grave da sua soberania.

A repercussão internacional foi imediata. Países árabes e aliados ocidentais manifestaram preocupação com a escalada do conflito. O Reino Unido, Espanha, Turquia e Egito condenaram o episódio. Nos Estados Unidos, a Casa Branca disse ter sido informada “pouco antes” da ofensiva e chamou a ação de “lamentável”, lembrando que o Qatar é aliado estratégico na região.

O ataque acontece em um momento crucial das negociações. O Hamas avaliava uma nova proposta de trégua e libertação de reféns apresentada pelos EUA. Analistas veem a investida como uma sabotagem ao processo de paz, comprometendo a credibilidade dos mediadores.

Para diplomatas e organizações internacionais, o episódio aprofunda a percepção de que Israel atua à margem do direito internacional e reforça a narrativa de que o país se comporta como um Estado terrorista. Além de enfraquecer as negociações, o ataque em Doha aumenta o risco de instabilidade em toda a região do Oriente Médio.