SUS introduz teste molecular nacional para detecção precoce de câncer do colo do útero

Imagem de freepik

O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciou a implementação gradual de um teste molecular inovador para o rastreamento do câncer do colo do útero. Desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o exame de DNA-HPV detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), incluindo os mais oncogênicos, permitindo identificar a presença do vírus antes do aparecimento de lesões ou câncer em estágios iniciais, mesmo em mulheres assintomáticas.

Esse avanço tecnológico representa uma substituição progressiva do exame de Papanicolau, que passará a ser utilizado apenas para confirmação de casos positivos. A coleta do novo teste é semelhante à do Papanicolau, sendo realizada durante o exame ginecológico, com a diferença de que o material coletado é armazenado em um tubo com líquido conservante para análise laboratorial do DNA viral.

A implementação do teste de DNA-HPV está sendo realizada de forma gradual em 12 estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e no Distrito Federal. A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreamento esteja disponível em todo o Brasil, beneficiando cerca de 5,6 milhões de mulheres.

O novo método apresenta vantagens significativas em relação ao Papanicolau, incluindo maior sensibilidade diagnóstica, redução da necessidade de exames e intervenções desnecessárias, e maior intervalo entre as coletas quando o resultado for negativo. Além disso, o teste oferece um rastreamento mais equitativo e de alta performance, alcançando mulheres em áreas remotas ou com menor oferta de serviços de saúde.

O câncer do colo do útero é uma das principais causas de morte por câncer entre mulheres no Brasil. Estima-se que, no triênio 2023-2025, ocorram 17.010 novos casos da doença, com uma taxa de incidência de 15 casos a cada 100 mil mulheres. A detecção precoce por meio do novo teste molecular aumenta significativamente as chances de cura, contribuindo para a redução da mortalidade e dos custos associados ao tratamento de casos em estágios avançados.