Expectativa do mercado recua e inflação de 2025 cai para 5,07 %

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Nesta segunda-feira (4 de agosto de 2025), o Boletim Focus — levantamento semanal com projeções de mais de 100 analistas — apontou nova queda na estimativa da inflação oficial (IPCA) para este ano, que recuou de 5,09 % para 5,07 %. Essa é a décima semana seguida de ajustes para baixo, confirmando um movimento consistente de desaceleração dos preços no país.

Para 2026, a previsão de inflação também foi ligeiramente reduzida, de 4,44 % para 4,43 %, enquanto as projeções para 2027 e 2028 permanecem em 4,00 % e 3,80 %, respectivamente.

A projeção de 5,07 % para 2025 está acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é de até 4,50 % (a meta central é de 3 %, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou menos).

Principais indicadores econômicos

IndicadorProjeção 2025Projeção 2026Projeção 2027Projeção 2028
IPCA5,07 %4,43 %4,00 %3,80 %
PIB2,23 %1,88 %1,95 %2,00 %
Selic (taxa de juros)15 % ao ano12,5 %10,5 %10 %
Dólar (R$/US$)5,605,705,705,70

A economia para 2025 mantém a estimativa de crescimento em 2,23 %. Houve leve queda das projeções para 2026 (de 1,89 % para 1,88 %) e para 2027 (de 2,00 % para 1,95 %).

Em relação ao câmbio, a expectativa para o dólar permaneceu estável: R$ 5,60 ao fim de 2025 e R$ 5,70 entre 2026 e 2028.

A previsão de juros segue com a Selic fechando o ano em 15 %. Para 2026, espera‑se queda para 12,5 %, seguida de 10,5 % em 2027 e 10 % em 2028.

Contexto e implicações

Apesar da desaceleração gradual, a inflação acumulada em 12 meses está em 5,35 %, superando o limite máximo de tolerância por seis meses consecutivos. Isso obriga o presidente do Banco Central a enviar carta aberta ao ministro da Fazenda com explicações e plano de ação para retorno da inflação à meta.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de suspender o ciclo de altas na Selic (já em 15 % desde a semana passada) reforça a avaliação de que o aperto monetário está surtindo efeito. Ainda assim, o cenário internacional, especialmente a política comercial dos EUA, permanece como fonte de incerteza que pode pressionar os preços novamente.

A trajetória de revisões para baixo no Boletim Focus sugere que o mercado financeiro passa a projetar um cenário de inflação mais controlada para 2025 e 2026. No entanto, com os níveis atuais ainda acima da meta, os desafios permanecem. O caminho para os juros recuarem, mesmo que lentamente, dependerá de indicadores concretos de desinflação e estabilidade externa.