
O dado consolida a tendência de recuperação do mercado de trabalho e surpreende ao indicar uma queda mais acentuada do que a esperada por analistas. O índice também representa um recuo significativo em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.
A população ocupada no país ultrapassou os 102 milhões de pessoas, com crescimento tanto no emprego formal quanto informal. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39 milhões, representando o maior volume já registrado. A renda média real do trabalhador atingiu R$ 3.477, outro recorde, refletindo melhora nas condições salariais e no poder de compra.
A taxa de informalidade também recuou, ficando em 37,8%, o menor nível em cinco anos. Apesar disso, o número absoluto de trabalhadores informais ainda é expressivo. Já a massa de rendimentos da população ocupada atingiu R$ 351 bilhões, evidenciando o crescimento da atividade econômica.
Outro indicador importante, a subutilização da força de trabalho, caiu para 14,4%, indicando menor quantidade de pessoas trabalhando menos do que gostariam ou disponíveis para o trabalho, mas sem oportunidade. Já o total de desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego — caiu para cerca de 2,8 milhões, refletindo melhora nas expectativas e confiança do trabalhador.
O cenário de queda no desemprego e de aumento na renda média impulsiona o consumo das famílias, fator que colabora para o crescimento da economia. Porém, também acende o alerta para uma possível pressão inflacionária, especialmente no setor de serviços, o que pode manter a política de juros elevados por mais tempo.
Apesar de fatores externos de tensão econômica, como novas tarifas comerciais impostas por parceiros internacionais, o mercado de trabalho brasileiro demonstra resiliência e fortalecimento. Os números positivos reforçam a importância de políticas públicas que incentivem a formalização, a qualificação profissional e o aumento da produtividade, para que esse avanço se sustente a longo prazo.