
- “Imagine ter que escolher entre arriscar um tiro ou ver seu filho passar fome: em Gaza, essa é a realidade diária de milhares de palestinos.”
- “Crianças, mulheres e idosos são alvos frequentes enquanto aguardam por um punhado de comida – e o mundo assiste em silêncio.”
- “Desde maio, quase 800 pessoas foram mortas em filas por ajuda humanitária, a maioria por disparos israelenses, segundo a ONU.”
- “Enquanto a fome avança, hospitais estão destruídos, e o combustível para salvar vidas chega gota a gota após 130 dias de bloqueio.”
- “A cada ataque, a pergunta se repete: até quando a comunidade internacional permitirá que Gaza viva este pesadelo?”
Gaza: O Massacre Silencioso nas Filas por Comida
Em um cenário que mistura desespero e violência extrema, os moradores de Gaza enfrentam uma escolha macabra: arriscar a vida em filas por comida ou assistir suas famílias definharem pela fome. Na quinta-feira (11), mais um ataque israelense contra civis que aguardavam por suplementos nutricionais no centro do enclave matou pelo menos 15 palestinos, incluindo mulheres e crianças. O incidente, ocorrido próximo a uma clínica gerida pela ONG americana Project Hope, reacendeu as críticas internacionais sobre os repetidos ataques a locais de distribuição de ajuda.
Crimes de Atrocidade em Meio à Fome
Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), classificou a situação como “inaceitável”. “As pessoas são obrigadas a escolher entre ser baleadas ou alimentadas”, disse em Genebra. Desde o final de maio, quando a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) – entidade apoiada por Israel e EUA – assumiu parte da distribuição de alimentos, a violência disparou. Dados da ONU revelam que, entre 27 de maio e 7 de julho, 798 palestinos foram mortos em filas ou próximos a comboios, a maioria por ferimentos de bala.
A Lógica da Guerra e o Desrespeito ao Direito Humanitário
O Exército israelense justificou o ataque desta semana alegando ter alvejado um membro do Hamas envolvido nos ataques de 7 de outubro. No entanto, a ONU questiona a proporcionalidade: “Como justificar o assassinato de crianças em busca de pão?”, indagou Shamdasani, destacando que 94% dos hospitais em Gaza estão inoperantes e os sobreviventes são empurrados para áreas cada vez menores.
Combustível e Cessar-Fogo: Esperança Frágil
Na quarta-feira (10), entraram em Gaza 75 mil litros de combustível – a primeira remessa em quatro meses. Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, ressaltou que isso não resolve a crise: “Precisamos de entradas regulares para salvar incubadoras e hospitais”. Enquanto isso, as negociações de trégua seguem incertas. “A paz é o melhor remédio”, concluiu Lindmeier, em um apelo que ecoa entre ruínas.