
Em junho de 2025, o IBGE estimou a produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 333,3 milhões de toneladas. Esse índice representa uma alta de 13,9% (40,6 milhões de toneladas) em relação à colheita de 2024 (292,7 milhões t) e um aumento de 0,2% (698,6 mil t) frente à previsão de maio.
A área destinada à colheita deve alcançar 81,2 milhões de hectares, 2,7% a mais que no ano passado, evidenciando também um leve acréscimo mensal de 15,3 mil hectares. O tripé arroz, milho e soja continua dominando, correspondendo a 92,6% da produção e a 88% da área cultivada.
Principais destaques da safra 2025 (junho):
- Soja: 165,1 milhões t (+13,9% em relação a 2024).
- Milho total: 131,4 milhões t (+14,6%), sendo 26 milhões t da 1ª safra (+13,4%) e 105,4 milhões t da 2ª safra (+14,8%).
- Arroz (casca): 12,3 milhões t (+16,0%).
- Algodão (herbáceo em caroço): 9,3 milhões t (+5,3%).
- Trigo: 8,0 milhões t (+5,9%).
- Feijão (todas as safras): 3,2 milhões t (+4,2%).
- Cevada: 545,9 mil t (+30,3% em relação a maio e +31,2% no comparativo anual).
Regiões e estados líderes
- O Centro‑Oeste concentra 51% da produção total, com destaque para Mato Grosso, que responde por 31,5% da safra nacional.
- As demais regiões – Sul (25,4%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,4%) e Norte (6,3%) – também apresentaram crescimento em relação a 2024.
Contexto comparativo
Em abril deste ano, a previsão do IBGE era de 328,4 milhões t (alta de 12,2% frente a 2024); o reajuste até junho elevou a expectativa em 5 milhões t, graças à maior produtividade e ampliação da área plantada.
Segundo a jornalista Daniela Amorim, do Estadão, se confirmadas, essas projeções consagrariam “novo volume recorde” para soja, milho e algodão.
Fatores que impulsionam a safra
- Clima favorável entre o segundo semestre de 2024 e 2025, com chuvas regulares em áreas vitais de produção .
- Aumento de fertilização e manejo, especialmente na cultura do café conilon, que registrou incremento de 10,8% na produção .
- Expansão gradual da área plantada, inclusive no cultivo de algodão, arroz e sorgo.
Perspectivas e desafios
Essa safra recorde representa recuperação após 2024, quando alterações climáticas prejudicaram áreas-chave na região Centro‑Oeste. Contudo, fatores como surto de pragas no Cerrado e logística de escoamento (ferrovias e portos) seguem sob atenção. Além disso, o mercado internacional – especialmente o de grãos – continua volátil, com influências de políticas comerciais e custos de insumos.