
Uma onda de calor extremo atinge Europa, América do Norte e Ásia, enquanto enchentes históricas devastam o Texas, nos Estados Unidos. Os fenômenos reforçam o alerta sobre a emergência climática global e motivam debates intensos sobre políticas ambientais, especialmente após declarações recentes do presidente americano Donald Trump, crítico de medidas de proteção ao meio ambiente.
Temperaturas Históricas e Desastres Climáticos
Na Europa, cidades francesas, italianas e espanholas registraram até 47°C, com cancelamentos de eventos e fechamento de escolas. No Japão, houve aumento de internações por insolação. Nos Estados Unidos, o Vale da Morte alcançou 54°C, enquanto, no Texas, tempestades intensas causaram enchentes, deixando dezenas de mortos, milhares de desabrigados e danos bilionários à infraestrutura.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), julho de 2025 é o mês mais quente já registrado globalmente. “Eventos extremos como ondas de calor e enchentes tendem a se agravar sem redução nas emissões de gases de efeito estufa”, diz Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.
Reação de Governos e Divergências Políticas
Governos europeus e asiáticos anunciaram medidas emergenciais e reforçaram campanhas de prevenção. Nos EUA, o governo federal declarou estado de emergência no Texas e outros estados afetados.
Entretanto, o debate se intensificou após o presidente Donald Trump, em pronunciamento recente, minimizar a relação entre eventos extremos e mudanças climáticas. Trump voltou a criticar legislações ambientais, alegando que “restrições prejudicam a economia americana” e prometeu reverter regulações sobre emissões e energias renováveis. A posição diverge da de governadores e prefeitos de estados atingidos, que cobram ações federais coordenadas.
Dados, Histórico e Projeções
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) destaca que, desde 1980, a frequência de extremos de calor triplicou e eventos de chuvas intensas aumentaram em todo o hemisfério norte. O economista Ricardo Galvão, da USP, alerta: “Os prejuízos econômicos desses eventos ultrapassam bilhões de dólares e tendem a crescer sem políticas climáticas robustas”.
Especialistas afirmam que a alternância entre secas, ondas de calor e enchentes pode pressionar sistemas de saúde, abastecimento de água e segurança alimentar.
Implicações e Próximos Passos
A expectativa é de que o calor e as chuvas intensas persistam nas próximas semanas. Especialistas recomendam hidratação, alerta para doenças e acompanhamento de avisos meteorológicos. A crise climática também influencia a agenda política dos EUA, com aumento da pressão por políticas ambientais à medida que desastres impactam diretamente a população.
A Conferência do Clima da ONU em setembro será marcada pelo embate entre países que defendem ação climática urgente e aqueles que priorizam interesses econômicos imediatos.