
Pesquisadores da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa (NUDT), na província de Hunan, revelaram o mais recente avanço em microdrones militares: um equipamento biónico com apenas 2 cm de comprimento e 0,3 g, semelhante a um mosquito, equipado com sensores, microfone e câmera. A demonstração ocorreu em 20 de junho na CCTV‑7, canal militar da China.
“Aqui na minha mão está um robô parecido com um mosquito. Minirrobôs biónicos como este são especialmente indicados para obtenção de informações e operações especiais no campo de batalha”, afirmou o estudante Liang Hexiang.
O drone possui asas que batem em até 500 vezes por segundo e versões de duas e quatro asas, essa última controlável por smartphone. Com um design tão pequeno, torna-se praticamente invisível a radares e visualmente discreto, ideal para espionagem em ambientes internos, coleta de dados e vigilância sigilosa.
No entanto, o desenvolvimento apresentou desafios técnicos: integrar microcâmeras, sensores, circuitos de controle e baterias em estrutura tão reduzida requer robótica avançada, ciência de materiais e biónica. Atualmente, autonomia e alcance de voo ainda são limitados — pontos críticos para viabilidade em campo .
Contexto e comparações
- O drone faz parte de uma corrida global por tecnologias cada vez mais furtivas e pequenas. Já existem modelos como o Black Hornet, mini‑drone em formato de helicóptero da Noruega, usado em operações militares desde 2012.
- Nos EUA, a DARPA também explorou tecnologias similares desde 2006, com projetos como o HI‑MEMS, visando insetos ciborgues assistidos por microeletrônica.
- Esse drone é parte de uma estratégia chinesa de ampliação de capacidade militar (ex: o “drone mothership” Jiu Tian, capaz de lançar enxames contra defesas aéreas).
Potenciais riscos e debate ético
O avanço despertou preocupação global. Especialistas alertam que essas aeronaves poderiam:
- Invadir privacidade doméstica e institucional;
- Espalhar ciberataques ou remover dados sensíveis;
Possivelmente
transportar cargas biológicas ou de extermínio, evocando cenários distópicos semelhantes a Black Mirror.
Além disso, analistas destacam que a necessidade de recarga frequente, reimplantação constante e gestão de dados limitam o uso efetivo em longo prazo .
A China está na vanguarda da microdronização militar, com dispositivos quase indistinguíveis de mosquitos, voltados para espionagem e operações especiais. Resta saber se a tecnologia conseguirá superar os limites práticos de autonomia e resistência. Ainda assim, seu desenvolvimento marca uma virada na guerra de informação e vigilância remota — tanto militar quanto civil.