
Iniciativa sustentável já reaproveitou mais de 100 quilos de borra e integra sistema de compostagem com ajuda de gongolos, na sede da concessionária.
O aroma do café diário na BRK não termina na xícara. Desde julho de 2024, a concessionária responsável pelo saneamento básico de Cachoeiro de Itapemirim vem reaproveitando toda a borra de café gerada internamente como fertilizante orgânico. O material é destinado ao gongolário, estrutura localizada na sede da empresa, na Ilha da Luz, que promove a compostagem natural com auxílio de pequenos invertebrados conhecidos como gongolos — popularmente chamados de piolhos-de-cobra.
A proposta é simples, mas com grande impacto ambiental: transformar resíduos em adubo de alta qualidade, utilizado nas áreas verdes da empresa e também disponibilizado para os funcionários levarem para casa. A iniciativa já deu destino correto a cerca de 115 quilos de borra de café, com média mensal de 21 quilos reaproveitados.
Como funciona o gongolário
Com 16 metros quadrados, o espaço foi criado inicialmente para compostar folhas, galhos e outros resíduos de serviços de capina, poda e varrição realizados pela própria BRK. Com o tempo, a equipe percebeu que outros resíduos orgânicos poderiam ser incorporados ao processo. Foi assim que a borra de café passou a ser recolhida diariamente por profissionais da limpeza e destinada ao sistema de gongocompostagem.
Segundo Paulo Breda, coordenador de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente (QSSMA) da BRK, a borra de café é rica em nutrientes como potássio, cálcio, fósforo e nitrogênio. “São elementos essenciais para o desenvolvimento das plantas. Usar esse resíduo como adubo é uma forma prática de promover a sustentabilidade no dia a dia, evitando o descarte inadequado em pias ou no lixo comum”, destaca.
Gongocompostagem: natureza como aliada
O diferencial do processo adotado na BRK está no protagonismo dos gongolos, pequenos artrópodes que se alimentam da matéria orgânica e aceleram sua decomposição. O resultado é a produção de húmus, um fertilizante natural de alta qualidade que pode ser aplicado diretamente em vasos, hortas e jardins.
De acordo com Breda, o uso da gongocompostagem permite a redução de até 70% no volume de resíduos encaminhados ao aterro sanitário. Além de contribuir com o meio ambiente, o projeto também tem efeito educativo e de engajamento interno, já que os funcionários podem acompanhar o processo e utilizar o húmus em suas casas.
Um modelo de economia circular
A prática adotada pela BRK é um exemplo concreto de economia circular e responsabilidade ambiental no setor de saneamento. Pequenas ações no ambiente de trabalho ganham escala quando integradas a políticas sustentáveis e tornam-se referência para outras empresas e prefeituras que buscam soluções simples e eficazes para o reaproveitamento de resíduos orgânicos.
Iniciativas como essa vão ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os que tratam de consumo responsável (ODS 12), ação contra a mudança global do clima (ODS 13) e vida terrestre (ODS 15).
Com o reaproveitamento da borra de café, a BRK reafirma seu compromisso com práticas ambientais responsáveis, mostrando que até mesmo o resíduo de um cafezinho pode ter grande valor quando o olhar está voltado para a sustentabilidade.