
Diabetes no Brasil: panorama atual
- Prevalência: Estima‑se que cerca de 20 milhões de brasileiros vivam com diabetes ; o Ministério da Saúde o define como quadro de produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio fundamental para regular a glicose no sangue.
- Impactos sistêmicos: A doença afeta desde a circulação até órgãos vitais, incluindo os olhos, rins, nervos e coração, com consequências graves em longo prazo.
Dia 26 de junho: mobilização na luta contra o diabetes
O Dia Nacional do Diabetes, comemorado em 26 de junho, visa ampliar a conscientização, especialmente em relação às complicações silenciosas — como a retinopatia diabética — que podem resultar em cegueira irreversível.
Retinopatia diabética: a ameaça invisível
- O que é: lesão microvascular na retina causada por glicemia elevada ao longo do tempo.
- Incidência:
- Quase 100% em diabéticos tipo 1 após 20 anos.
- Mais de 60% em tipo 2 nessa mesma janela.
- Estágios:
- Inicial: microaneurismas e vazamento.
- Proliferativa: neovascularização — vasos frágeis que sangram.
- Edema macular diabético: inchaço na área central da visão.
- Complicações: sangramentos vítreos, descolamento de retina, glaucoma e cegueira.
- Perigos: 12% dos novos casos de cegueira nos EUA por ano vêm da retinopatia diabética, principal causa entre 20 e 64 anos .
Sintomas e diagnóstico precoce
- Sintomas surgem somente nas fases avançadas — perdem-se detalhes, contrastes, campos visuais, a visão fica embaçada ou distorcida.
- Diagnóstico exige exame de fundo de olho, retinografia; técnicas avançadas como angiografia de grande angular, OCT e inteligência artificial melhoram a precisão .
Fatores de risco e impacto da pandemia
- Hiperglicemia, hipertensão, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo agravam o risco.
- Durante a pandemia, houve queda no monitoramento, acesso a tratamentos e resultado em aumento de casos severos e cegueira.
Tratamentos oftalmológicos modernos
- Laser subliminar (coagulação focal/panorâmica): destruição controlada de vasos danos retinianos.
- Injeções intraoculares de anti‑VEGF: reduzem edema e neovascularização.
- Vitrectomia: remoção de vítreo turvo, tratamento de hemorragias ou descolamentos.
- Novas tecnologias: retina today (maio/junho 2025) destaca avanços e terapias promissoras .
A importância do acompanhamento preventivo
- Sem sintomas iniciais, exames regulares (ano a ano) são essenciais desde o diagnóstico do diabetes, com maior frequência conforme surgem alterações (3–6 meses).
- Estudo revela que 54% dos diabéticos nunca ouviram falar de retinopatia.
- Apenas 66% realizam exames de fundo de olho; número sobe para 76% entre usuários de planos de saúde .
- Diagnóstico tardio leva à perda irreversível — em muitos casos, o nervo já foi comprometido.
Cuidado multidisciplinar: do endocrino ao oftalmologista
- O tratamento eficaz exige:
- Endocrinologista para controle glicêmico.
- Nutricionista para dieta adequada.
- Educador físico para atividade regular.
- Oftalmologista especialista em retina para exames e intervenção precoce.
- Só o olhar capacitado do oftalmologista com grau de especialização adequada (não técnicos ou ópticas) assegura diagnóstico e tratamento precisos.
Serviços de apoio ao paciente
- SUS: oferece consultas, exames e tratamentos gratuitos, embora o acesso seja limitado em muitas regiões.
- Planos de saúde e clínicas especializadas: geralmente oferecem tecnologia avançada com maior agilidade.
- ONGs e campanhas: como “Abra os Olhos”, da SBRV e SBD, ajudam a melhorar a conscientização e capturar pacientes em risco.
- Telemedicina e rastreio com IA: uso crescente para triagem, especialmente em áreas remotas .
Recomendações práticas para pacientes
- Faça acompanhamento oftalmológico ao ser diagnosticado com diabetes.
- Controle glicose, pressão arterial e colesterol.
- Mantenha dieta balanceada e atividade física regular.
- Retorne às consultas de retina conforme recomendação (6–12 meses).
- Em caso de alterações, siga o cronograma com o especialista.
- Mantenha adesão ao tratamento (laser ou injeções).
- Informe‑se sobre campanhas e recursos comunitários.
Tecnologias do presente e do futuro
- Exames como OCT e angiografia de grande angular permitem mapeamento mais preciso.
- IA ajuda a detectar lesões iniciais mesmo por técnicos.
- Novos fármacos mais duradouros e delivery ocular prometem reduzir a frequência de injeções.
- Terapias gênicas e implantes farmacológicos estão em fase de testes.
O 26 de junho não é apenas uma data simbólica, mas um alerta à sociedade: o diabetes é uma doença sistêmica que exige atenção integral. A retinopatia diabética — muitas vezes silenciosa — é evitável com controle metabólico, exames regulares e tratamento especializado. A visão é um bem insubstituível. Com disciplina e colaboração entre profissionais, pacientes podem preservar a qualidade de vida.