
12 de junho é o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil.
Novos dados divulgados pela ONU expõem uma realidade chocante: 138 milhões de crianças ainda são submetidas ao trabalho infantil em todo o mundo. Desse total, 54 milhões desempenham funções perigosas, que colocam em risco sua saúde, segurança e desenvolvimento. A meta de eliminar a prática até 2025, estabelecida pela comunidade internacional, fracassou.
O relatório, elaborado pelo Unicef e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revela que, embora tenha havido uma redução de 20 milhões de casos desde 2020, os avanços são insuficientes. Agricultura é o setor mais crítico, responsável por 61% dos casos, seguido por serviços (27%) e indústria (13%), incluindo mineração e manufatura.
Desigualdades regionais
- Ásia-Pacífico registrou a queda mais significativa: de 49 milhões para 28 milhões de crianças trabalhando.
- América Latina e Caribe mantiveram a mesma prevalência, mas o número absoluto caiu de 8 para 7 milhões.
- África Subsaariana concentra 87 milhões de vítimas — dois terços do total global —, com progresso estagnado devido a conflitos, pobreza extrema e crescimento populacional.
Falta de oportunidades para os pais agrava o problema
Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT, destacou que o acesso a empregos decentes para os adultos é crucial: “Se os pais tiverem renda digna, as crianças poderão estudar em vez de trabalhar”. Catherine Russell, diretora do Unicef, reforçou a necessidade de proteção social, educação gratuita e leis eficazes para combater a exploração.
Impactos irreversíveis
O trabalho infantil rouba infâncias e futuro: crianças são privadas da educação, submetidas a riscos físicos e psicológicos e condenadas a ciclos de pobreza. Com cortes em financiamentos globais, organizações alertam para o risco de retrocessos após anos de avanços lentos.
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Cinco informações impactantes
- Eles deveriam estar na escola, mas 138 milhões de crianças estão presas ao trabalho infantil.
- Cerca de 54 milhões realizam atividades perigosas, arriscando saúde, segurança e futuro.
- Apesar dos avanços, o mundo falhou em eliminar o problema até 2025, como prometido.
- Agricultura lidera a exploração, mas serviços e indústria também escravizam menores.
- Enquanto isso, cortes em financiamentos ameaçam reverter progressos duramente conquistados.