
O Vaticano abriu nesta quarta-feira (23) o velório do Papa Francisco, falecido na última segunda-feira aos 88 anos, vítima de um AVC. A cerimônia ocorre na Basílica de São Pedro e segue até sexta-feira, permitindo que fiéis de todo o mundo prestem suas últimas homenagens ao pontífice argentino, conhecido por sua humildade e reformas progressistas na Igreja Católica.
Um adeus marcado pela simplicidade
Em consonância com seus valores, Francisco optou por um funeral modesto. Seu corpo repousa em um caixão simples de madeira, forrado com veludo vermelho, sem a tradicional plataforma elevada usada em funerais papais anteriores. Vestido com paramentos vermelhos e mitra branca, ele segura um rosário entre as mãos. A escolha rompe com o costume secular de sepultar papas em três caixões (cipreste, chumbo e carvalho) e reflete a preferência de Francisco por práticas mais acessíveis e menos ostentosas.
O funeral será realizado no sábado (26), às 5h no horário de Brasília (10h em Roma), presidido pelo cardeal Giovanni Battista Re. Após a missa, o corpo será levado em procissão até a Basílica de Santa Maria Maior, onde Francisco será sepultado — tornando-se o primeiro papa em mais de um século a não ser enterrado nas Grutas Vaticanas. A escolha do local está ligada à devoção do pontífice à Virgem Maria e à sua frequente visita à basílica para orações.
Homenagens de líderes mundiais e fiéis
Cerca de 170 delegações estrangeiras confirmaram presença no funeral, incluindo líderes como Emmanuel Macron, Donald Trump, Keir Starmer, Príncipe William e Volodymyr Zelensky. Os presidentes Vladimir Putin e Benjamin Netanyahu não comparecerão devido a mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional.
Desde as primeiras horas da manhã, milhares de fiéis formam longas filas na Praça de São Pedro e na Via della Conciliazione para se despedir do Papa. Alguns relatam esperas de até quatro horas, mas consideram o sacrifício uma forma de agradecer a um pontífice que marcou suas vidas. .
Desafios logísticos e de segurança
As autoridades italianas enfrentam um complexo desafio logístico para garantir a segurança durante os eventos fúnebres, especialmente devido à coincidência com o feriado nacional do Dia da Libertação, na sexta-feira. Estima-se que até 200 mil pessoas participem das cerimônias. Medidas incluem a instalação de barreiras de controle, distribuição de água, verificações de segurança rigorosas e o uso de tecnologias avançadas, como sistemas anti-drones e zonas de exclusão aérea.
O legado de Francisco e o futuro da Igreja
A morte do Papa Francisco abre caminho para o início do período de “sede vacante” e a preparação do conclave que elegerá seu sucessor. O cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Igreja, é o responsável por coordenar os preparativos para o conclave, previsto para ocorrer entre 15 e 20 dias após o falecimento.
Enquanto o mundo se despede de um Papa que se destacou por sua humildade, compromisso com os pobres e reformas na Igreja, os fiéis aguardam com esperança a escolha do novo líder espiritual que dará continuidade ao legado de Francisco.