O Brasil enfrenta seu primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial, localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Em resposta, autoridades estaduais instalaram barreiras sanitárias para conter a disseminação do vírus. A detecção do H5N1 levou diversos países, incluindo China, União Europeia e Japão, a suspenderem temporariamente as importações de frango brasileiro. Essas medidas impactam significativamente o setor avícola nacional, que lidera as exportações globais de carne de frango. O governo brasileiro busca limitar as restrições às áreas afetadas e retomar a confiança dos parceiros comerciais.
Barreiras Sanitárias em Montenegro
Após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, o governo do Rio Grande do Sul implementou sete barreiras sanitárias na região. Essas barreiras têm como objetivo inspecionar e desinfetar veículos de carga viva, transporte de ração e coleta de leite, além de automóveis de passeio dentro de um raio de três quilômetros do foco da doença. A operação conta com o apoio da Patrulha Ambiental da Brigada Militar e da prefeitura local, funcionando 24 horas por dia. Cerca de 540 propriedades rurais na área estão sendo vistoriadas para ações de educação sanitária.
Suspensões de Importações de Frango Brasileiro
A confirmação do surto levou vários países a suspenderem temporariamente as importações de frango do Brasil. A China, principal importadora da carne de frango brasileira, impôs uma suspensão de 60 dias. A União Europeia também interrompeu as importações, uma vez que o Brasil perdeu o status de país livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (HPAI). Outros países, como Japão, México, Chile e Uruguai, adotaram medidas semelhantes, variando entre suspensões totais e restrições regionais.
Impacto no Setor Avícola Brasileiro
O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, respondendo por mais de 35% das exportações globais. Em 2024, o país exportou mais de 5 milhões de toneladas de carne de frango, com a China representando 14% desse volume. A suspensão das importações por diversos países pode resultar em uma redução de 10% a 20% nas exportações brasileiras. O governo brasileiro espera que as restrições sejam limitadas às áreas afetadas, como já ocorre com Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que impuseram restrições regionais em vez de nacionais.
Medidas do Governo Brasileiro
O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil ativou um plano de contingência para conter o surto de gripe aviária. As autoridades estão em contato com organizações internacionais de saúde e parceiros comerciais para fornecer informações atualizadas sobre as medidas adotadas. O governo enfatiza que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos, e que o risco para a saúde humana é baixo, afetando principalmente pessoas com contato direto com aves infectadas.
Perspectivas Futuras
O Brasil espera que, com a contenção eficaz do surto e a transparência nas ações tomadas, os países importadores reconsiderem as suspensões e retomem as importações de carne de frango. A manutenção da confiança dos parceiros comerciais é crucial para o setor avícola brasileiro, que desempenha um papel significativo na economia nacional. A situação continua sendo monitorada de perto pelas autoridades brasileiras e internacionais.
Posso comer carne de frango?
O surto de gripe aviária no Brasil não representa risco para a saúde humana por meio do consumo de carne de frango ou ovos, desde que os produtos estejam cozidos adequadamente. O vírus H5N1 não sobrevive ao cozimento, e não há registro de transmissão pelo consumo desses alimentos.
O Ministério da Agricultura e a Organização Mundial da Saúde reforçam que o risco de contaminação para humanos está relacionado ao contato direto com aves infectadas, e não ao consumo de produtos avícolas industrializados ou inspecionados.
Recomendações básicas:
- Cozinhe bem carnes e ovos (acima de 70 °C);
- Evite contato com aves doentes ou mortas;
- Compre apenas produtos com selo de inspeção (SIF, SIM ou estadual).
Se você seguir essas orientações, pode continuar consumindo carne de frango sem preocupação.
