Vitória: prefeitura quer que Saldanha da Gama vire museu

A prefeitura da capital colocou o Clube de Regatas Saldanha da Gama, no Forte São João, à disposição da sociedade para a implantação de um museu. Quem estiver interessado tem até o dia 20 de fevereiro para participar do edital de cessão.

O edital determina a concessão ou doação do imóvel histórico, de 4.031,28 m², com encargo financeiro de R$ 3,5 milhões, desde que a edificação seja restaurada em 10 anos e que seja implantado um equipamento de uso cultural. Assim é preservada a vocação turística e cultural desse prédio.

Os interessados vão poder participar de uma concorrência pública, nos termos da lei orgânica. Caso tenha apenas uma manifestação, será dispensada a concorrência. As instituições que desejam adquirir o clube devem enviar um ofício à Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec) até o próximo dia 20.

“Após duas tentativas desertas de venda por R$ 5 milhões, estamos em busca de parceiros que desejam transformar o clube em um espaço cultural, desde que possa fazer reformas e repassar um valor menor ao município. Com o recurso dessa operação, investiremos na restauração de outro prédio histórico, o Mercado da Capixaba”, afirmou a secretária de Desenvolvimento da Cidade, Lenise Loureiro.

O Forte São João foi edificado no período colonial para proteger a cidade dos invasores. A fortaleza teve um papel imprescindível na defesa da capitania, principalmente a partir de 1592, quando o navegador inglês Candish, ameaçava invadir a ilha. Tornou-se símbolo de resistência do povo capixaba em função das duas vitórias sobre os holandeses.

Em 1767, a edificação ganhou peças de artilharia e enormes paredes de pedra que transformaram o Forte em uma figura imponente de defesa territorial. O Clube de Regatas Saldanha da Gama comprou a antiga edificação em 1931. Apesar da prática de esportes ser a sua principal atividade, o Saldanha, a partir da década de 20, passou a investir em festas, concursos e eventos que animavam a elite capixaba.

Passou por muitos reparos e reformas até 1984, quando se tornou um imóvel tombado pelo município. A partir daí, nenhuma obra que descaracterizasse a arquitetura original foi realizada. A muralha do clube é tombada em nível estadual e considerada de interesse de preservação.